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Conciliação de classes | Para agradar o Centrão, Lula libera mais dinheiro em emendas e Haddad não descarta cortes orçamentários

O governo da Frente Ampla tem dado passos largos na implementação de medidas que realizam a manutenção do pagamento da dívida pública, como o recém aprovado arcabouço fiscal . Agora, o PT avança nas negociações da reforma ministerial, que favorece ainda mais a ala reacionário da Câmara e do Senado e ainda acena positivamente à reforma administrativa e a possíveis novos cortes orçamentários, embalsamados por Lira e com o aval do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

sexta-feira 1º de setembro de 2023 | 13:44

No momento, o centrão negocia a reforma ministerial, e enquanto ela se consolida, o Palácio do Planalto tem feito acordos com o Congresso para liberar cerca de R$2 bilhões na mão do centrão. Esses pedidos vem acontecendo desta a última semana, quando Lula, aceita a proposta de remanejamento de R$600 milhões do Ministério das Cidades para entidades que estão nas mãos do centrão como a Codevasf ( companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) que está nas mãos da União Brasil e do Dnocs ( Departamento Nacional de Obras Contra a Seca)

Da mesma forma, no início desta semana, o governo Lula-Alckmin lançou mudanças em dois projetos que reajustam o Orçamento de 2023. O que seria exatamente essa mudança? Cerca de R$802 milhões sairão do Ministérios das Cidades e a Codevasf receberá por fim quase R$1 bilhão. Além destes já citados, o Ministério do Desenvolvimento Social perderá R$44 milhões.

A maior parte deste orçamento é para projetos que são concentrados na Região Norte do país, onde o principal interessado é o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e um dos principais aliados de Arthur Lira presidente da câmara.

O avanço das negociações implicam tanto na distribuição de emendas bilionárias para as mãos centrão, quanto para avanços de ataques orçamentários, como a reforma administrativa defendida pelo presidente da Câmara para enxugar ainda mais o orçamento público, além da política neoliberal do arcabouço fiscal, está, que agora segue com o aval do ministro da fazenda de Lula, Fernando Haddad.

“Hoje mesmo eu falei por telefone com o presidente Arthur Lira, e nós conversamos sobre essa agenda. E eu falei: olha, presidente, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento estão à disposição das Casas para enfrentar esse debate”, relatou o Ministro de Lula em coletiva de imprensa.

Defendida por Lira, a reforma administrativa é mais um dos ataques que visa o enxugamento dos serviços públicos. A medida próxima com a defendida por Bolsonaro em 2020, com a proposta de Emenda constitucional 32.

Todo esse discurso é apenas para respaldar a continuidade do pagamento da criminosa dívida pública, que faz com que seja a classe trabalhadora que pague os ônus da crise. Isso demonstra que cada vez mais a Frente Ampla, vai se tornado cada vez mais ampla, aplicando cada vez mais medidas neoliberais e que farão necessários a aplicação de cortes dos recursos públicos, sendo sempre os principais alvos a educação e a saúde em benefício dos banqueiros e burguesia financeira e na verdade abrindo cada vez mais espaço para o reacionário centrão, este mesmo centrão que apoio Bolsonaro e seus anos de políticas nefastas.

É exatamente essa política de conciliação de classes que já abriu espaço para a extrema-direita. Portanto, é preciso batalhar por uma política independente, construída em cada local de trabalho e estudo, que enfrente toda a herança da direita e também os ataques colocados pelo governo, como o Arcabouço Fiscal, e pela direita no Congresso, como o Marco Temporal, que está acontecendo neste momento a sua votação. Não podemos confiar nas estruturas do Estado burguês, apenas a força da classe trabalhadora pode ter força para barrar esses ataques e impor que os capitalistas paguem pela crise.




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