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Violência policial | Primeiros meses do governo Raquel Lyra aumentou número de assassinatos pela polícia

Nos dois primeiros meses deste ano (2023), 21 pessoas foram mortas pelas abordagens brutais da polícia sob o governo de Raquel Lyra (PSDB). O aumento da taxa de mortes por ações policiais foi de 16,6%, se compararmos com os dois primeiros meses de 2022, onde ocorreram 18 mortes, de acordo com os dados da Secretaria de Defesa Social (SDS).

domingo 16 de abril de 2023 | 14:03

Foto: Folha de Caruaru

2020 foi o ano em que a polícia mais matou no Brasil, desde quando o indicador das mortes produzidas por policiais começou a ser monitorado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2013). Segundo a Rede de Observatório da Segurança, dos estados monitorados da região do nordeste, Salvador, Fortaleza e Recife tem 100% das mortes em ações policiais de pessoas negras. A cada quatro horas, uma pessoa negra é morta em ações policiais em, pelo menos, em seis dos sete estados monitorados: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Piauí e Ceará. Esses dados se traduzem no avanço da política reacionária de extermínio da população negra e jovem que encontrou legitimidade no governo de extrema direita Bolsonarista. Justamente em um país que tem estampado o sangue da população negra vítima do racismo estrutural, que através do Esatdo utiliza dos aparelhos de repressão e opressão racial para explorar a grande maioria da população, atribuindo os trabalhos mais precarizados e descarregando toda a miséria social deste sistema carcomido.

Em Pernambuco o aumento da violência policial no estado segue tendo o mesmo alvo: a população jovem e negra. Lembremos que no ano de 2020, a polícia pernambucana matou 113 pessoas. Destas, 105 eram pessoas negras, e todas as vítimas da capital Recife foram negras e negros; isso também levando em conta que muitos casos não são registrados nos boletins policiais. Segundo o relatório elaborado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) e pela Rede de Observatórios de Segurança, o percentual de pessoas negras entre os mortos em intervenções policiais em todo o estado de Pernambuco foi de 97%. Esse percentual é bem superior a proporção de negros na população do estado, que é de 61,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, de todas as cidades que compõem o estado de Pernambuco, dez se destacaram por mortes de pessoas decorrentes de intervenções policiais, são elas: Recife (14); Caruaru (7); Paulista (6); Cabo de Santo Agostinho (6); Jaboatão dos Guararapes (5), Ipojuca (5); São José Da Coroa Grande (4); Petrolina (4); Timbaúba (4) e Camaragibe (2), segundo a Rede de Observatório da Segurança. De todas as vítimas 96,2% foram de pessoas negras.

Como apontam ainda esses dados, Caruaru ficou em segundo lugar em maior número de mortes, em que tinha como gestão na prefeitura da cidade a atual governadora do estado, Raquel Lyra. A governadora se elegeu no ano de 2023 contando com grande apoio de setores bolsonaristas, bem como também das polícias, em que a sua figura representava bastante confiança para fortalecimento dessa ala. Em entrevistas em período eleitoral Lyra fez bastante política pautando a questão de investimento na segurança do estado:

Vamos fortalecer as tropas operacionais de polícia, garantir a requalificação dos quartéis, das delegacias [...]

A gente precisa iniciar um novo programa integrado de combate à violência e de busca de prevenção social em Pernambuco. Nós fizemos isso em Caruaru com o Juntos pela Segurança. Reunimos mais de 700 pessoas, desde a prevenção primária até a gente conseguir fazer a prevenção terciária."

A gente vai trabalhar para a redução da criminalidade em Pernambuco a partir de janeiro de 2023, com liderança, com o sistema de inteligência e com capacidade de gestão"

Em tese, o que tem significado a política da Lyra para o estado de Pernambuco é o fortalecimento do aparelho de coerção do Estado para reprimir a população jovem e negra. Mostrando que durante a sua gestão como prefeita de Caruaru, a sua política de segurança seguia vitimando a população. Enquanto isso, a governadora Lyra segue mantendo a precarização do trabalho em um dos estados em que tem os maiores índices de desemprego e de informalidade do trabalho no Brasil, tendo como grande maioria, as mulheres e jovens negros em situação degradante de trabalho e de vida.

A conjugação de mais policiais nas ruas e o incentivo financeiro para o programa do Pacto Pela Vida não pode ser a resposta a ser aceita pelas massas trabalhadoras, onde as respostas do governo tem levado ao aumento das abordagens violentas na Região Metropolitana do Recife e em todo o estado de pernambuco, escancarando a face brutal da violência e do racismo institucional do Estado capitalista. O aumento do número de assassinatos cometidos pela polícia em Pernambuco é um resultado desse tipo de política reacionária e racista que o governo Raquel Lyra tem levado à frente.




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