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Luto | Professor da zona sul de Porto Alegre tira a própria vida, a precarização da educação adoece

A saúde mental dos professores está em frangalhos, a ansiedade, o estresse e a depressão silenciosa, a condição social dos alunos, o endividamento, o suicídio de um colega de trabalho, revelam a precarização das escolas e da educação do Rio Grande do Sul. É preciso falar sobre o assunto. O Estado é responsável!

quarta-feira 13 de março | Edição do dia

Iremos preservar o nome do colega e da escola em respeito à família e aos colegas de trabalho. Mas um colega professor, que lecionava em uma escola na zona sul de Porto Alegre, tirou a própria vida na noite desta terça-feira (12). O adoecimento psíquico dos trabalhadores da educação é um assunto muito importante que precisamos levantar, com cuidado, mas não é possível que um colega tire a própria vida e tudo continue como está. Apesar da propaganda enganosa do governo Eduardo Leite (PSDB), as condições de trabalho na educação pioraram e muito, junto com as condições de vida dos próprios alunos que vem para escola com fome, ansiosos pela hora do lanche.

Relatos de pessoas próximas, que estão em sofrimento pela perda do colega, montam um cenário de endividamento, silêncio, estresse e tristeza. Que entre nós educadores, um sentimento geral de desmoralização pelas perdas de direitos nos últimos anos, vai se naturalizando e cada um individualmente busca, sem auxílio algum, ajuda e recorre a medicações psiquiátricas. Até que se torna insuportável e alguém perde o sentido de viver. A perda de sentido também vem com o Novo Ensino Médio descarregado de cima para baixo e que vai destruindo a motivação de muitos professores de se verem como sujeitos.

Não podemos sucumbir a toda essa carga que estamos submetidos que muitas vezes causam discussões e conflitos entre nós mesmos. O trabalho precário outro dia levou a vida de um trabalhador do Mercado Livre. Precisamos entender que tudo isso é política. O Estado e suas políticas de precarização da educação pública para avançar num projeto de educação de modelo empresarial e privatização, junto com o NEM, sem críticas, para a precarização do trabalho, é o responsável por todo este adoecimento.

Nossa categoria é forte e precisa se auto organizar pela base para voltar às ruas e contra atacar. Nesse sentido precisamos questionar as nossas próprias direções sindicais também. Quando um colega desiste e comete suicídio precisamos parar tudo, conversar e buscar acolhermos uns aos outros com a consciência de quem é o grande responsável: o Estado.

Toda a solidariedade aos familiares, colegas de escola e alunos.




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