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Meio Ambiente | Capitalismo predatório, colapso ambiental e precarização da vida geram mortes e destruição no Brasil

As consequências do que pode ser chamada de mudanças climáticas, causadas pelos efeitos do capitalismo no planeta, podem ser vistas nos recordes de altas temperaturas na cidade do Rio de Janeiro enquanto ao Hemisfério Norte ondas de frio congelam os Estados Unidos. Com essa situação, no Brasil, segundo estudo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), pelo menos 132 pessoas morreram por desastres naturais.

Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói

sexta-feira 26 de janeiro | Edição do dia

O ano de 2023 foi marcado pela estiagem histórica do Rio Amazonas, imagens chocantes da seca no que é um dos rios com maior volume d’água do mundo. O fato afetou as populações ribeirinhas e mais precárias da região, além da morte de animais. De acordo com a ONG WWF, a estiagem tem muito mais a ver com as mudanças climáticas do que com o El Niño. O agronegócio e a grilagem vem avançando na região. Vide o caso dos Yanomamis.

Outros muitos casos podem ser relembrados, para além do ano de 2023. Como por exemplo os últimos fatos da luta por justiça pelos afetados pela barragem de Brumadinho(MG), que marcaram esse início de ano. Além das chuvas de São Sebastião e do Litoral Paulista de 2023 - novos alertas já vêm ocorrendo este ano - que deixaram 64 mortos. Nesse início de 2024, por exemplo, pelo menos 10 pessoas morreram fruto dos alagamentos por conta das fortes chuvas no Rio de Janeiro.

Se olharmos para os Estados Unidos, também há dezenas de mortes fruto da onda de frio e também como aqui milhares de afetados. Seja pela falta de energia, infraestrutura e moradias precárias, os problemas parecem diferentes, mas são causados por esse sistema que privilegia o lucro contra o meio ambiente e tem como seus principais afetados trabalhadores e toda população renegada e precarizada pelo capitalismo.

No Brasil, a população negra é radicalmente a mais afetada junto das mulheres e indígenas. Morando em áreas de risco, com possibilidade de alagamento e deslizamento. Sem direito a saneamento básico e moradias dignas. Uma realidade que sob o atual governo se mantém, privilegiando os setores que causam as destruições ambientais e condições de vida precária da população.

O ano de 2023 foi também o ano do maior Plano de ajuda ao agronegócio já feito, enquanto a crise Yanomami persistia. Lula e Haddad aprovaram um arcabouço fiscal que restringe os gastos públicos e impulsiona privatizações. Para combater a destruição da natureza e uma política que realmente garanta moradia e saneamento digno contra a situação precária de vida é preciso levantar uma política independente do governo e do Estado, contra o agronegócio e os capitalistas.

Nos inspiramos na esquerda e nos trabalhadores argentinos que saíram às ruas contra os planos extrativistas e reacionários de Milei, esse é o caminho. Não o da conciliação de classes(ou da governabilidade).




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