×

Argentina | Centrais sindicais argentinas condenaram a repressão e pediram liberdade de manifestação: que convoquem a mobilização

A central sindical CGT divulgou uma declaração exigindo “que cesse a ação repressiva do Governo Nacional para garantir a liberdade de manifestação”. Ela denunciou um regime de “ajuste, repressão e violência”. No entanto, não convoca uma paralisação nacional com mobilização, medida que poderia barrar a Lei Omnibus. As duas CTAs manifestaram-se, mas continuam a virar as costas aos milhões de trabalhadores afetados.

sábado 3 de fevereiro | Edição do dia

Nesta sexta, a CGT divulgou uma declaração assinada pelo seu Conselho Diretor Nacional e intitulada “O modelo é ajuste, repressão e violência”. Certamente, a esquerda e as assembleias que se mobilizaram na quarta e na quinta concordam com essa afirmação.

A declaração também denuncia “um Congresso vergonhosamente cercado, fechado ao povo e rodeado por um destacamento incomum de forças de segurança” e responsabiliza Patricia Bullrich pela repressão “absurda, injustificada e desproporcional aos manifestantes”. Destaca-se também o caso do deputado Mario Manrique, deputado da UxP e líder do SMATA.

Diante disso, a CGT exige que “cesse a operação repressiva para garantir a liberdade de manifestação”. E ainda alerta que, se o governo continuar “semeando ventos, colherá tempestades”.

Mas, além da advertência metafórica, a CGT não diz uma palavra sobre a possibilidade de aderir “aos protestos”. No dia 24 de janeiro, uma paralisação nacional, ainda que parcial, permitiu encher a Praça dos Dois Congressos e enviar uma mensagem ao Governo, que, no entanto, continuou com o seu plano de guerra. Daquele momento em diante, não moveu um pelo. Os discursos de Manrique e de outros deputados e deputadas peronistas, alertando sobre as consequências desta Lei sobre os trabalhadores, não condizem com a atitude da CGT. Em todo caso, fazem parte da mesma “impostura”. Discursos fortes, mobilização zero.

Uma das palavras de ordem ouvidas ontem, de parte das assembleias e de setores combativos, foi dirigida à direção da CGT: “Onde está / que não se vê / essa famosa CGT”. Outra foi além: “uma greve não será suficiente / precisamos de uma greve geral”.

Isso é o que a CGT deve fazer, além de soltar declarações. Senão, será desmantelada, quando se consumar o golpe da direita.

A CTA também. Porque já há algum tempo ela acompanha aqueles que critica há anos. No caso da CTA dos Trabalhadores, declarou que “nenhuma lei pode ser aprovada suprimindo as liberdades constitucionais. Chamamos o fim imediato das ações repressivas.” A CTA Autónoma, que teve uma fraca participação em algumas das mobilizações, condenou os acontecimentos e declarou-se “em estado de alerta e mobilização diante do ataque à democracia manifestado com a repressão selvagem perpetrada pela Ministra Patricia Bullrich ao povo que se mobilizou no Congresso para defender os direitos conquistados”.

Porém ainda seguem sem convocar uma forte mobilização, quando tudo indica que hoje este “ataque aos direitos conquistados” pode ser votado.

Uma das exceções foi o SiPreBa, que esteve acompanhando as ações e os trabalhadores e trabalhadoras da imprensa que faziam a cobertura dos acontecimentos e tiveram 32 feridos.

Será necessário tirar conclusões desta primeira batalha. O papel do sindicalismo peronista é lamentável. Devem ser exigidas assembleias em todos os locais de trabalho e estudo para discutir um plano de luta. Eles estão vindo contra todos os nossos direitos.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias