Intelectuais e Juristas se posicionam em defesa do direito de organização sindical e do SINTUSP (Sindicato dos trabalhadores da USP)
terça-feira 17 de janeiro de 2017 | Edição do dia
A convocatória para o ato do dia 19 em defesa da permanência do SINTUSP dentro do campus da USP tem um sentido político e histórico maior. Constitui um ponto de encontro para todos os que defendem uma universidade radicalmente democrática. A reitoria da USP, que ainda conserva o estatuto interno elaborado durante a ditadura, pretende há muito calar o SINTUSP. Agora, porém, ao buscar aniquilar um sindicato livre, jogar contra ele tropas com metralhadoras e cercá-lo com um muro metálico, confere de modo explícito à exclusão dos trabalhadores da universidade um caráter acentuadamente antidemocrático.
Não se trata apenas de não permitir isto. Mas de entender que o sindicato e a voz ativa dos trabalhadores, dentro da universidade, representam a possibilidade desta ser transformada efetivamente numa instituição republicana e democrática. A permanência do SINTUSP, como uma força viva da universidade, em diálogo direto e igualitário com estudantes, pesquisadores e docentes implica em pesquisa, formação e atividade crítica em diálogo direto com os trabalhadores, e a serviço da nação.
Jorge Luiz Souto Maior (Juiz do trabalho e professor da Faculdade de Direito - USP)
Fabio Konder Comparato (Prof. emérito, Faculdade de Direito - USP)
Chico de Oliveira (Prof. emérito, FFLCH-USP)
Luiz Renato Martins (Prof. Dr. ECA-USP)
Temas