terça-feira 19 de fevereiro de 2019 | Edição do dia
A Ford anunciou nesta terça-feira, 19, que vai encerrar a operação da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A decisão impactará a vida de 2,8 mil trabalhadores, e suas famílias, que serão demitidos. Segundo cálculos da prefeitura de São Bernardo o impacto é ainda maior, além dos 2,8 mil trabalhadores diretos da montadora, pelo menos mais 2 mil trabalhadores indiretos.
Sob a fria justificativa de “retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul”, a multimilionária montadora abandona 2,8 mil famílias de trabalhadores pegos de surpresa pelo anúncio repentino.
A decisão da empresa vem na sequência do anúncio dos planos de implementação da reforma trabalhista pela GM, que chegou ao ponto de blefar deixar o país caso os trabalhadores não aceitassem a íntegra dos planos de ataque da empresa. O que foi respondido pela mobilização dos trabalhadores, que em Gravataí (RS) obrigaram a empresa recuar em seus planos.
Enquanto os capitalistas aguardam ansiosos e entusiasmados a implementação dos ataques de Bolsonaro, principalmente a reforma da previdência, para alavancarem seus lucros, e o próprio governo promete melhorias na economia, a realidade dos trabalhadores é a chantagem dos capitalistas, entre a aceitação da precarização de seus postos de trabalho ou a perda dos empregos.
A organização da luta dos trabalhadores em todo o país torna-se urgente. Nenhuma negociação com os patrões que não esteja ligada a mobilização efetiva da base, com um plano de lutas baseado nos métodos históricos da nossa classe será capaz de derrotar esses ataques. Denunciamos a paralisia das centrais sindicais, que traíram a luta contra a reforma trabalhista em 2017 e que hoje mantém uma trégua com o governo e os capitalistas que se preparam para atacar com força a classe trabalhadora e os mínimos direitos que temos. Precisamos nos organizar para tomar os sindicatos em nossas mãos, contra a burocracia, para enfrentarmos os patrões e o governo.
Temas