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GREVE NAS FEDERAIS | UJS defende fim de greve na UFJF contra a mobilização estudantil

Na última semana um post da União da Juventude Socialista em Juiz de Fora chocou as redes sociais ao escancarar a posição que essa corrente tem como base de apoio dos governos para que se implementem os cortes.

quinta-feira 1º de outubro de 2015 | 01:03

No dia 25 de setembro a UJS de Juiz de Fora postou em sua página uma nota com a imagem que está nesse artigo. Na nota colocam que sempre foram defensores da educação pública ao defenderem políticas como o REUNI, uma posição que sabemos que é falsa pois junto com REUNI vieram o PROUNI e FIES, em que todas essas serviram para aumentar o número de vagas nas universidades junto com o aumento da precarização e privatização do ensino. Ao sustentarem a posição de que o fim da greve seria necessário, responsabilizam a greve pelo esvaziamento da universidade: “a cada dia que passa o estudante tem mais dificuldades em sua permanência na instituição.”, como se não fossem os governos e a reitoria que só depois de 50 anos da fundação da UFJF colocaram míseras vagas de moradia para os estudantes.

A greve das universidades federais foi tirada conjuntamente em junho desse ano depois de meses de mobilizações locais nos diversos campi contra os cortes no orçamento orquestrados pelo governo do PT em aliança com diversos setores conservadores, na UFJF não foi diferente, sobre isso, Priscila Fraga, da ANEL de Juiz de Fora comentou: “Acompanhamos um período de grande retirada de direitos dos trabalhadores terceirizados, como o não pagamento de seus salários e as péssimas condições de trabalho, e retirada de assistência básica dos estudantes, como a assistência estudantil e o pagamento de bolsas de iniciação científica. Esses ataques à juventude e a classe trabalhadora culminaram em uma ocupação de reitoria e em diversas reuniões unificadas do movimento estudantil local.”.

Com o intuito de deslegitimar a greve iniciada pelos docentes das federais e acompanhada pelos outros setores, a UJS também argumenta que a greve estimula o individualismo próprio da pós-modernidade, responsabilizando a CSP-Conlutas (entidade filiada a ANEL), que dirige a greve nacionalmente desde o Sindicato de Professores das Universidades (ANDES), como aqueles que, com as pautas da greve, “não tem verdadeiramente compromisso nenhum com a educação pública de qualidade.“. Sobre isso, Priscila Fraga também comentou: “Durante o período de lutas travado pelos estudantes da UFJF, a UJS não se posicionou oficialmente diante do corpo estudantil. Pelo contrário, observamos, falta de coerência política com a última postagem, o que demonstra a falta de compromisso com a juventude e a classe trabalhadora, ferindo com isso, o próprio estatuto, em que diz: ‘Art. 2º - A UJS é uma organização de jovens, principalmente oprimidos e trabalhadores, que atua compreendendo e respeitando a diversidade da juventude. Para tanto, busca contato com todas as manifestações juvenis, desde que não firam seus princípios’. Essa postura da União da Juventude Socialista, diante do atual cenário de cortes e sucateamento da educação, demonstra a falta de comprometimento com a luta da juventude e da classe trabalhadora, uma vez que a entidade ignora o direito que todos (as) os (as) trabalhadores (as) possuem de paralisar suas funções de trabalho diante da retirada de direitos.”.

A posição que a direção da UNE toma em Juiz de Fora não passa por fora do papel que ela vem cumprindo nacionalmente. Lado a lado com Dilma e Kátia Abreu se dissolve qualquer combatividade do discurso que a UJS e os setores governistas da Juventude do PT e do Levante Popular tem contra os ajustes. Esses setores que não denunciam diretamente o governo Dilma pela precarização da educação e do trabalho são responsáveis pela desmobilização estudantil em todas as universidades e escolas que estão, seu intuito é defender os interesses dos governos e poderosos contra os estudantes e jovens precarizados. Como os estudantes da UFJF e de outras federais mostraram, o caminho da transformação da universidade passa pela aliança com os setores mais precários da universidade, sejam de estudantes e trabalhadores, articulados em uma luta nacional contra os cortes e o governo que vem implementando.




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