O espaço demarcado Aldeia Maracanã (Maraká Koirem), onde há um histórico de guerra para a ocupação indígena desde 1886 e onde funcionava o museu do índio na década de 70, sofre com mais um ataque. Há anos os ocupantes indígenas e não indígenas do local sofrem com a negligência do Estado. Na ocupação, eles mantém as práticas indígenas como forma da preservação da cultura e onde fazem diversos projetos como a Universidade Indígena.
sexta-feira 4 de janeiro de 2019 | Edição do dia
O Deputado estadual do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim, aliado do governo Bolsonaro, alegou esta semana o seu total repúdio à Aldeia e aos povos originários: “Aquele lixo urbano chamado Aldeia Maracanã é um absurdo. E é logo em um dos trechos mais importantes sob o ponto de vista logístico, numa área que liga a Zona Norte à Zona Sul, bem do lado do Maracanã”.
Amorim ainda diz que o espaço serviria para a construção de um estacionamento (desejos de Sérgio Cabral durante as olimpíadas) ou qualquer outro estabelecimento que atenda ao estádio Maracanã que, inclusive, viola a demarcação da Aldeia. “Quem gosta de índio, que vá para a Bolívia, que, além de ser comunista, ainda é presidida por um índio”.
Em 2016 foi decretado pelo juiz Federal Wilson Witzel (atual Governador do Rio) a retirada dos ocupantes do local para a construção do estacionamento do Maracanã. Logo após, os ocupantes retomaram o local e seguiram com a ocupação.
Com Bolsonaro no poder, a terra dos povos indígenas será entregue aos latifundiários que, como bem colocado por ele antes de tomar posse, não haveria um centímetro de terra indígena e quilombola.
Com poucos dias de posse, Bolsonaro já retirou da Funai a demarcação de terras indígenas, sendo agora chefiada pelo Ministério da Agricultura. Sendo assim, os ataques deste novo governo tendem a dizimar estes povos e entregar as reservas ao capital estrangeiro.