Os Coletes Amarelos voltam a tomar as ruas da França neste sábado, constituindo a quinta jornada de protestos. Apesar da manobras do governo e de sua estratégia repressiva, o movimento segue nas ruas.
sábado 15 de dezembro de 2018 | Edição do dia
Foto de capa: REUTERS/Benoit Tessier
Obs: Horário de Paris, +3 horas em relação ao horário de Brasília
18:00 Desde de manhã, a grande mídia tentou tornar o protesto dos coletes amarelos invisível, escondendo o fato de que a polícia impediu centenas de manifestantes de entrar em Paris.
Já entrando na noite se pode ver a saturação de forças repressivas na capital para impedir o protesto, um estado de emergência de fato contra os manifestantes, a única resposta dada pelo ajustador Macron.
PARIS #15Decembre - Les #GiletsJaunes sont évacués des #ChampsElysees pic.twitter.com/D9RJbEyCj1
— Clément Lanot (@ClementLanot) 15 de dezembro de 2018
15:30 Coletes Amarelos, estudantes e trabalhadores de vários setores protestam em Paris ante a uma grande operação policial. Novo informe ao vivo dos Champs Élysées de Révolution Permanente.
Chalecos amarillos, estudiantes y sectores de trabajadores desafían en las calles la política de Macron. @FloraCarpentier de @RevPermanente desde París. #ActeV #GiletsJaunes https://t.co/yLWDafCjZt pic.twitter.com/wkYB8Uhqdl
— La Izquierda Diario (@izquierdadiario) 15 de dezembro de 2018
14:50 começou a mobilização em Bordeaux. Como na semana passada jovens estudantes secundaristas e universitários se juntam aos coletes amarelos.
14:20 Grupos de manifestantes chegam ao redor dos Champs Élysées no meio de uma forte operação repressiva. A polícia lança spray de pimenta e prendem os Coletes Amarelos para tentar intimidar e impedir que elas atinjam a artéria central.
#GiletsJaunes #ChampsElysees des pavés enlevés sur les champs. pic.twitter.com/VTwL33CqIz
— RévolutionPermanente (@RevPermanente) 15 de dezembro de 2018
13:50 A polícia montada (a cavalo) chega à Praça da Ópera em Paris e, poucos
minutos depois, granadas de gás lacrimogêneo são ouvidas e detenções de manifestantes são feitas. Vários grupos de Coletes Amarelos, estudantes e ferroviários conseguem avançar para a Praça da República.
Com um claro objetivo de intimidação, nos Champs Élysées, a polícia civil faz prisões e verifica os pertences dos manifestantes.
PARIS #15Decembre - Des ambulanciers sont présents comme à chaque manifestation des #GiletsJaunes pour prendre en charge les blessés pic.twitter.com/yGyMHh2XB8
— Clément Lanot (@ClementLanot) 15 de dezembro de 2018
13:35 Meia hora antes de começar a principal manifestação na cidade de Toulouse, a polícia, que implantou uma operação para militarizar a cidade, está confiscando todos os suprimentos e pertences dos Médicos das Ruas. Se tratam de profissionais e estudantes que participam voluntariamente das manifestações para atender e assistir os feridos. Ao mesmo tempo em que a polícia se prepara para reprimir, impede que os médicos comparecerem aos manifestantes.
13:08 Um ato improvisado se realiza na frente do edifício da Opéra, em Paris, e os manifestantes fazem um minuto de silêncio em homenagem às vitimas do recente ataque em Strasbourg e também aos e às Coletes Amarelos que morreram durante as manifestações das últimas semanas.
#GiletsJaunes #15decembre Opéra. Une minute de silence en hommage aux victimes de Strasbourg et aux victimes #GiletsJaunes avec Priscilla Ludoski pic.twitter.com/49H9XtcADd
— RévolutionPermanente (@RevPermanente) 15 de dezembro de 2018
12:38 Em Paris, a polícia antidistúrbios, com tanques e carros hidrantes, segue bloqueando o caminho dos manifestantes reunidos em frente a Estação Saint Lazare e na Opéra. O objetivo é evitar a convergência das distintas colunas na Champs Elysées para que o Governo possa dizer que não havia manifestantes.
De partout des nasses qui bloquent les manifestants sur #Paris pour empêcher de rejoindre les champs Élysées. Et après, le gouvernement pourra dire qu'il n'y avait personne. #GiletsJaunes #opera pic.twitter.com/SkUkrrOIcS
— Benjamin Sourice (@BSolist) 15 de dezembro de 2018
12:10 Em Toulouse os manifestantes realizam bloqueios e a polícia militariza o centro da cidade. As ações dos Coletes Amarelos começaram às 10 da manhã (horário na França) com bloqueios de estradas e pedágios. Depois da ação da semana passada, que terminou com várias barricadas no centro, o governo militarizou a cidade com milhares de policiais, tanques blindados e carros hidrantes. A mobilização central está prevista para às 14 horas.
11:44 A polícia está bloqueando a passagem do bloco conjunto de ferroviários, trabalhadores do correio, estudantes universitários e secundaristas, coletivos antirracistas e de esquerda, reunidos na frente da Estação Saint Lazare, em Paris.
VIVO DESDE PARIS: Quinta jornada de lucha de los #GiletsJaunes "Chalecos amarillos". El bloque de ferroviarios, estudiantes y colectivos antirracistas está bloqueado por la policía que no los deja avanzar. Flora C. vía @RevPermanente para Izquierda Diario pic.twitter.com/8pGtmdxkjf
— IzquierdaDiario.es (@iDiarioES) 15 de dezembro de 2018
11:25 Depois de serem bloqueados pela polícia antidistúrbios durante mais de uma hora na Champs Elysées, um grande número de Coletes Amarelos se dirigem até o Arco do Triunfo no centro de Paris. Informação: Libération.
Après avoir été bloqués plus d’une heure sur le trottoir, les gilets jaunes envahissent les champs pic.twitter.com/x4XiW3R1Yp
— Gurvan Kristanadjaja (@GurvanKris) 15 de dezembro de 2018
10:47 Confluência das lutas: pelo terceiro sábado consecutivo, numerosos manifestantes se reúnem em frente a Estação Saint Lazare, respondendo ao chamado unitário de vários grupos e organizações de esquerda: ferroviários associados na Coordenação de Estações, o Comitê Justiça por Adama (um jovem morador do perímetro urbano de Paris assassinado pela polícia racista) , estudantes universitários e secundaristas, o NPA [Novo Partido Anticapitalista], etc. Marcharão de forma conjunta propondo somar forças entre os trabalhadores, os estudantes e os Coletes Amarelos.
“Contra Macron, Macron, presidente do patrão... greve geral, é a solução!”, gritavam os trabalhadores dos correios, os ferroviários e os estudantes em frente à Estação Saint Lazare.
#giletsjaunes #acte5 #15decembre RDV à Saint Lazare à 10h avec étudiants, cheminots, front social, comité Adama. Beaucoup de forces de police aux alentours. pic.twitter.com/FsKmmHn4Ml
— RévolutionPermanente (@RevPermanente) 15 de dezembro de 2018
10:45 Paris: Coletes Amarelos na praza da Opéra frente a uma fileira da cavalaria da polícia. Os CRS (polícia antidistúrbios) formam barreiras para filtrar a passagem de pessoas em cada uma das ruas da proximidade.
Sur la place de l'Opéra, le face à face s'installe : #GiletsJaunes sur le parvis, face aux journalistes positionnés devant une rangée des cavaliers des forces de l'ordre. Des CRS installent des barrages filtrant à chacune des rues à proximité #15decembre pic.twitter.com/smAzHIl98p
— Simon Auffret (@S_Auffret) 15 de dezembro de 2018
10:35 Paris: Ação simbólica de mulheres vestidas de Marianne em frente à força policial na Champs Elysées.
DIRECTO FRANCIA | #Paris #15Diciembre Acción simbólica de mujeres disfrazadas de Marianne frente a los gendarmes en los Campos Elíseos #Champánes #ChalecosAmarillos #GiletsJaunes pic.twitter.com/NRuLeouPvW
— IzquierdaDiario.es (@iDiarioES) 15 de dezembro de 2018
10:31 Os Coletes Amarelos já se mobilizam em Paris no marco de um forte aparato policial.
https://www.pscp.tv/RTenfrancais/1vAxRymONbXJl?t=4h25m17s
10:10 Forte aparato policial na França nesta quinta jornada de mobilizações dos Coletes Amarelos. Neste sábado serão mobilizados 89.000 agentes da CRS (polícia antidistúrbios) em todo o país, contando 8.000 em Paris. Os 14 tanques blindados da força da ordem voltaram a sair nas ruas da capital. Cada um desses tanques tem capacidade de lançar o equivalente a 200 granadas de gás lacrimogêneo ao mesmo tempo, em uma superfície de até quatro hectares. O prefeito de Paris pretende usar essas armas de guerra para controlar os Coletes Amarelos, com o apoio do coronel Richard Carminache, especialista policial da gendarmerie nacional. Às 10 horas da manhã, 10 detentos foram relatados em Paris. O dia 8 de dezembro terminou com mais de 1500 detidos em todo o país e muitos manifestantes gravemente feridos.
10:00 Seté [Região Occitana no sul da França]: o porto de Seté esteve bloqueado desde a manhã de quinta-feira até a noite de ontem pelos estivadores e operadores de grua da CGT [Confederação Geral do Trabalho] em uma greve nacional.
#Sète Le port bloqué depuis ce jeudi matin 6 h et jusqu’à ce soir par les dockers et grutiers de la CGT en grève nationale. pic.twitter.com/eTbZ4dKIJW
— Midi Libre Sète (@MidiLibreSete) 13 de dezembro de 2018
Os Coletes Amarelos voltam a tomar as ruas da França neste sábado em sua quinta jornada de protestos
Após a mobilização do último sábado (8), o governo francês, que dois meses atrás se apresentava como inquebrável, se viu pela primeira vez obrigado a retroceder.
No entanto, nem as manobras, nem as migalhas oferecidas pelo governo de Macron parecem ter afetado a determinação dos Coletes Amarelos que chamaram para continuar massivamente nas ruas neste sábado, dia 15 de dezembro.
O governo francês persiste em sua estratégia de provocar medo e tensão para minimizar o alcance da mobilização dos Coletes Amarelos e, para isso, tento diversas manobras.
Por um lado,[ Macron decidiu manter a enorme operação policial instalada no sábado passado-?http://www.laizquierdadiario.com/Francia-otra-vez-militarizada-quinta-jornada-de-protesta-de-los-chalecos-amarillos], reforçando-a em algumas cidades, como Toulouse.
Também usou o repúdio ao ataque em Strasbourg como chantagem moral para acabar com a mobilização.
A radicalidade e determinação do movimento dos Coletes Amarelos revelaram as fraquezas do governo Macron. O primeiro retrocesso do governo, apesar de insuficiente e muito aquém da ira e do descontentamento expressados nas ruas, mostra que o governo, que se mostrava como “jupiteriano” até poucos meses atrás, não é indestrutível e que é a mobilização o que pode fazê-lo ceder.
O governo se encontra mais débil do que nunca, tem muito a perder e existem brechas reais que podem permitir ir mais além das medidas anunciadas. As migalhas consentidas pelo governo buscam apaziguar os ânimos para salvar o conjunto do plano neoliberal que ele está determinado a implementar.
Portanto, a ampliação do movimento é fundamental, assim como o desenvolvimento de sua organização e seu fortalecimento nos lugares de trabalho.A convergência dos Coletes Amarelos com os estudantes e a combatividade dos jovens secundaristas nas ruas é uma tendência muito progressista nesse sentido.
Nos últimos dias, desenvolveram-se várias reflexões no interior do movimento dos Coletes Amarelos sobre a necessidade de parar a economia e o aspecto estratégico.
Ações dirigidas a bloquear os principais centros econômicos ou parques industriais se multiplicaram: Louis Vuitton, Monsanto, Amazon, Airbus são exemplos que ilustram uma mudança no nível de consciência dos Coletes Amarelos.
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Apesar da falta de clareza na política dos dirigentes sindicais, essas ações desafiam os trabalhadores a se unirem à batalha e à greve, e poderiam dar um salto se o movimento operário declarar greve, em unidade com os Coletes Amarelos, estabelecendo as bases para derrotar a política de Macron.