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DORIA LIBERA PUBLICIDADE | Doria libera placas de propaganda de empresas de até 9 metros em pontes nas marginais

Em mais uma demonstração de que sua "cidade linda" é uma cidade dos lucros dos empresários, o prefeito tucano João Doria irá liberar propagandas de até 9 metros de comprimento e 3 de altura nas pontes sobre as marginais Pinheiros e Tietê em São Paulo.

segunda-feira 15 de maio de 2017 | Edição do dia

Mais uma das contrapartidas das empresas que Doria está arregimentando para privatizar os serviços da cidade de São Paulo vem à tona. Em desrespeito à lei "Cidade Limpa", que proibiu outdoors e peças publicitárias nas ruas da capital paulista, o prefeito irá liberar a publicidade nas mais importantes vias da cidade, as marginais dos rios Pinheiros e Tietê.

A medida é uma "contrapartida" para as empresas que irão "ajudar" na revitalização das pontes. A prefeitura divulgou um edital para parceria com empresas propondo "cooperação técnica" na revitalização das pontes Eusébio Matoso, Cidade Universitária, Cidade Jardim, Engenheiro Ary Torres e do Morumbi, todas na Marginal do Pinheiros e em localização de grande valor imobiliário.

Segundo o prefeito empresário, o objetivo é “trazer benfeitorias de cunho sustentável à sociedade, por parcerias com empresas que desejam aprimorar sua responsabilidade social”. Como contrapartida, o patrocinador poderá instalar placa “de até 5% do tamanho linear em cada sentido da ponte” com sua logomarca. As propagandas também estão liberadas em viadutos, passarelas e áreas verdes das alças de acesso.

A venda do espaço publicitário foi divulgada agora, mas já estava em curso antes que fosse tornada pública: Doria já havia fechado acordo com a empresa de aviação Qatar Airways prevendo que revitalizassem 19 das das 40 pontes nas marginais, incluindo as pontes das Bandeiras, Casa Verde, Interlagos e João Dias.

Doria foi pessoalmente vender a ideia para os capitalistas em sua viagem aos Emirados Árabes e Catar para fazer um "feirão" de São Paulo, no qual apresentou um vídeo que era um verdadeiro comercial dos bens públicos para vender aos empresários.

Os anúncios substituirão as placas que hoje sinalizam os números e os nomes das pontes sobre a marginal, em um local de imensa visualização, atingindo 1,2 milhões de veículos que transitam diariamente pelas vias expressas da capital.

Regina Monteiro, urbanista e autora do projeto Cidade Limpa, disse ao jornal Estado de S. Paulo que a medida contraria a lei aprovada em 2007: “O que está previsto é a instalação de peças informativas, não publicidade, sobre os termos da cooperação, desde que estejam distantes dessas obras de arte e não levem só o logo da empresa, mas a informação do acordo firmado com a Prefeitura”.




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