Em meio a uma corrida presidencial apertada, manifestantes em cidades através do país já se mobilizam contra Donald Trump e o sistema antidemocrático que pode abrir caminho para a reeleição.
quarta-feira 4 de novembro de 2020 | Edição do dia
Manifestantes se reúnem na Praça Black Lives Matter na capital Washington D.C. durante a madrugada (Dee Dwyer/WAMU/DCist)
As eleições de 2020 estão se mostrando uma disputa muito mais acirrada do que esperavam as pesquisas e previsões da mídia nos últimos meses. Com os votos presenciais ainda sendo contados e muitos votos por correio por contar, ainda é muito cedo para declarar um resultado. Mas à medida que os números chegam, Donald Trump se colocou à frente em estados cruciais como Flórida, Carolina do Norte e Texas, enquanto Biden varreu a costa oeste.
Ainda que haja um longo caminho a ser percorrido antes que um ganhador possa ser declarado, centenas de pessoas por todo o país já se juntaram aos protestos do Dia Eleitoral - contra Trump, contra o sistema eleitoral antidemocrático e para mostrar que a força do levante antirracista que começou mais cedo neste ano e varreu o país não acabour.
Após o fechamento das urnas em Washington D.C., centenas de pessoas se reuniram na “Praça Black Lives Matter” para acompanharem os resultados e protestarem contra Trump. É possível ler em cartazes enormes: “Trump Mente Toda Hora” e “Removam Trump”. À medida que resultados favoráveis de outros lugares começaram a cintilar para o atual presidente cedo da noite, manifestantes começaram a marchar nas ruas.
WHITE HOUSE: tensions are rising as a man is arrested. The crowds are pushing up against police lines
They’ve now cut the protest into 2 different sections. They are not honoring press passes to get through
A lot of confusion on the ground pic.twitter.com/LjGkzIM7YM
— ELIJAH SCHAFFER (@ElijahSchaffer) November 4, 2020
Manifestantes agora começam a ser confrontados por uma repressão policial massiva, com policiais se equipando e utilizando-se de armas de dispersão para quebrar os atos. Enquanto este artigo era escrito, três pessoas já foram presas em confrontos com a polícia próximos da Casa Branca.
Surrounded by protesters and media, DC Police are now loading canisters with crowd control munitions @nbcwashington pic.twitter.com/qEOMbjqbCO
— Tom Lynch (@TomLynch_) November 4, 2020
Em Portland, no oregon, diversos manifestantes estão indo às ruas tanto contra Trump quanto contra o prefeito democrata Ted Wheeler, responsável por desencadear uma intensa e brutal repressão contra o movimento antirracista no verão. Vozes de centenas de manifestantes chamam a “desfinanciar a polícia” e ecoam por ambas mobilizações. À medida que as pessoas marcham pelas ruas, a polícia desce a repressão aos atos, justificando sua brutalidade com o fato de que os atos não foram autorizados.
I’m at 16th and I St. NW.
A “scuffle” broke out between DC Police bicycle patrol officers and a small group of protesters. It happened a block away from the White House. The police moved back and rode away from the area on their bikes: @nbcwashington #Election2020 #ElectionDay pic.twitter.com/B8FZxKJqVb— Shomari Stone (@shomaristone) November 4, 2020
Os policiais não são os únicos nas ruas para controlar os protestos do Dia Eleitoral em Portland. A governadora democrata Kate Brown acionou o estado de emergência antes das eleições e autorizou a Guarda Nacional a ficar de prontidão. Mais além, as tropas federais ainda estão com os manifestantes na mira, e na terça o Departamento de Justiça solicitou que um juiz federal colocasse uma suspensão emergencial em uma ordem para manter as unidades federais fora do centro de Portland.
Marching past the Hostoric Belmont Firehouse moments ago. pic.twitter.com/fANjL8ypV0
— Hannah Ray Lambert (@TheHannahRay) November 4, 2020
Nós podemos não saber ainda o resultado das eleições, mas o povo não está esperando um vencedor ser declarado antes de reacender a luta nas ruas. Em resposta a esse rebrote de ativismo, oficiais municipais têm reagido com violência e reprimido as manifestações - enviando policiais locais e federais em massa. Mais protestos certamente ocorrerão em todo o país. A geração recém politizada que tomou as ruas no verão não ficará olhando enquanto outra eleição burguesa silencia as vozes de milhões de trabalhadores e oprimidos.
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