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LAVA-JATO | Empreiteiro da Andrade Gutierrez: esquema de corrupção envolveu senadores e obras da Copa do Mundo

O empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, vai apontar os nomes de pelo menos dois senadores que teriam recebido propinas no esquema Petrobras. A empreiteira está fechando acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República. Otávio Azevedo está preso desde 19 de junho, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato. O acordo, que inclui leniência (Andrade Gutierrez) e delação premiada (Otávio Azevedo).

sábado 28 de novembro de 2015 | 01:14

(Otávio Marques de Azevedo, Presidente da Andrade Gutierrez - Foto: Agência O Globo)

O empreiteiro vai falar de obras da Andrade Gutierrez na usina nuclear de Angra 3 e da Copa do Mundo. Os últimos detalhes do acordo estão sendo fechados. Até o início da semana os termos estarão todos acertados. No último dia 13 de novembro, Otávio Marques de Azevedo ficou em silêncio em audiência na Justiça Federal do Paraná, onde responde ação criminal por corrupção e lavagem de dinheiro. Na ocasião, ele limitou-se a agradecer a família diante do juiz Sérgio Moro.

Obras superfaturadas na Copa do Mundo e Belo Monte

Em acordo de delação premiada, o executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini admitiu favorecimento de licitação para contrato de R$ 3 bilhões de Angra 3, da qual a Andrade fez parte, mediante pagamento de propina a políticos do PMDB.
A Andrade Gutierrez foi contratada para obras de três estádios usados na Copa de 2014, que agora entram na investigação da Lava-Jato: Maracanã (Rio), Mané Garrincha (Brasília) e Arena Amazônia (Manaus). As obras do Maracanã, contratadas pelo governo do Rio e realizadas em parceria com a Odebrecht, custaram 70% mais do que o orçado inicialmente (R$ 1,2 bilhão).

A empreiteira Andrade, também lidera o Consórcio Construtor da usina de Belo Monte, que custará R$ 14,5 bilhões, ao lado da Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS, entre outras. Executivos da Camargo Corrêa já admitiram ter pagado propina em obras da usina.

Comentário

Mais uma vez o que se evidencia é a relação profunda e suja entre empresários e políticos no regime político burguês, no qual, as empresas como a Caixa e a Petrobrás são colocadas a serviço dos lucros do capital privado local e estrangeiro, em troca de privilégios. E também onde os gastos públicos em obras de infraestrutura, como estradas e hidroelétricas são apropriadas para os lucros privados por meio de licitações fraudulentas, concessões, leilões e privatizações, subsídios, etc.

O decorrer das delações do empreiteiro da Andrade Gutierrez pode trazer à tona novos nomes de políticos envolvidos no esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, e agora, as obras do PAC e da Copa do Mundo. Este processo deve colocar ainda mais “lenha” na fogueira do Senado a partir da prisão de Delcídio do Amaral (PT). As multas como a que receberam as empreiteiras, Odebrecht e Andrade, são pouco diante de todo o prejuízo trazido pelas privatizações e pela corrupção ao Estado.

Esquerda Diário/Agência Estado




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