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Retomada Kaingang-Xokleng | “Só saio daqui em um caixão”: lider indígena inicia greve de fome contra reintegração em Porto Alegre

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (21), a Kujà Kaingang Gáh Té anunciou ter entrado em greve de fome contra a reintegração de posse da Retomada indígena no Morro Santana, em Porto Alegre. Toda solidariedade a essa luta dos povos originários por território, em defesa do meio ambiente e contra a especulação imobiliária, que busca a construção de um condomínio de luxo no local.

quarta-feira 21 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Imagem: Reprodução/YouTube.

“É onde está o meu sagrado, é onde está enterrado o umbigo dos meus filhos"

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (21), a Kujà Kaingang Gáh Té anunciou ter entrado em greve de fome, desde ontem (20), contra a reintegração de posse da Retomada indígena no Morro Santana, em Porto Alegre. Trata-se de uma luta exemplar em defesa dos direitos dos povos originários, em defesa da natureza em uma área de imenso valor ambiental e contra a especulação imobiliária. Desde 2008 se espera a demarcação do Morro Santana como terra indígena pela Funai, sendo local sagrado para o povo Kaingang e fonte de coleta de matérias-primas para seus artesanatos e práticas culturais.

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos e levantamos que é preciso a unidade de trabalhadores, juventude, movimentos sociais, organizações de esquerda, mulheres, negros e LGBTs com os indígenas para enfrentar esse ataque do judiciário burguês. No último dia 15 de dezembro, a desembargadora Marga Inge Barth Tessler (TRF4) manteve a ordem de reintegração de posse do terreno da Retomada Kaingang e Xokleng em favor dos Maisonnave, família de banqueiros que pretende construir 11 torres de luxo no local que já foi reserva ambiental. Mesmo diante do recesso de fim de ano, a reintegração pode ser executada a qualquer momento.

A área que foi retomada pelos indígenas em 18 de outubro estava sem uso há 40 anos. Nos anos 70 era parte da chácara do complexo de pedreiras do Morro Santana. Esse foi desativado após a falência da mineradora do reacionário burguês José Asmuz, em 1981. O imovel foi na época hipotecado e comprado pelo Banco Maisonnave, hoje Maisonnave Companhia de Participações, que tem planos de construir um mega empreendimento imobiliário no terreno.

Nenhuma confiança nas instituições como o judiciário, que decidiu a favor da propriedade capitalista que rouba os povos originários há mais de meio milênio. Nós da Faísca Revolucionária e do MRT, que impulsionamos o Esquerda Diário, colocamos nossas forças com nosso diário à disposição dos povos Kaingang e Xokleng nesta batalha.

Confira a coletiva de imprensa na íntegra:




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