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NOVA CARREIRA SP | Tarcísio e Feder deixam milhares de professores em SP sem aulas e salário em fevereiro.

Já passamos da metade de fevereiro e milhares de professores não conseguiram pegar aulas e correm o risco de não ter salário no próximo 5° dia útil. O site da SED, único meio de manifestação de interesse dos docentes para pegar as aulas ficou uma semana fechado, aumentando o desespero. O bolsonarista Tarcísio e seu secretário privatista Feder já escancaram que são inimigos dos professores.

Victor BernardesProfessor - Campinas-SP

quarta-feira 15 de fevereiro de 2023 | Edição do dia

Há exatos 34 dias do início das atribuições de aulas para professores contratados (categoria O) da rede estadual de São Paulo, milhares de docentes ainda estão sem perspectivas de aulas para esse ano.

Como consequência da “Nova Carreira” aplicada pelo governo tucano em 2022, vemos uma atribuição nada transparente, visto que muitas escolas ainda estão com o quadro de professores incompleto, enquanto que o site da Secretaria de Educação sem dar nenhuma justificativa permanece “fora do ar” e sem oferta de aulas, uma conta que não bate.

“Todos os dias eu estava abrindo a manifestação de interesse, mas de semana passada pra essa não está abrindo mais e não sei o porquê!”

Esse é o relato desesperado de uma professora, que como tantos outros, aguardam pelas aulas. Um descaso absurdo, já que estamos na metade de fevereiro, muitos já perderam metade do salário e ainda sequer sabem se terão alguma renda no final do mês.

Esse cenário é resultado da Reforma do Ensino Médio, imposta pelo governo Temer em 2017 e ainda mais aprofundado pela farsa da “Nova Carreira” do magistério em SP, que divide a categoria, controla e precariza cada vez mais o trabalho docente, pois todos os professores contratados entraram compulsoriamente nesse regime de trabalho, no qual são obrigados cumprir as horas de preparação de aulas (APD) dentro da escola. Além disso, o Estado de SP mudou o critério de classificação que antes era pela pontuação do professor e passou a ser critério aqueles que optarem pela carga cheia de aulas ao invés da carga reduzida, colocando uma lógica de competição entre os professores, como se os culpados por não haver aulas fossem aqueles professores com a carga cheia, e não o próprio governo que mudou a carreira.

Enquanto isso, a Apeoesp, sindicato que representa a categoria, simplesmente está de costas para todos esses trabalhadores, deixando claro seu papel de conciliação com o governo estadual, traço característico da direção petista do sindicato com a Bebel, deputada do PT sendo presidente do sindicato há quase 20 anos, que se preocupa mais em conservar seus cargos e selar acordos com a direita e até a extrema-direita do que realmente garantir os direitos dos professores. Um exemplo escandaloso da forma que o PT faz política foi no apoio que os petistas deram ao candidato do PL bolsonarista e favorito de Tarcísio para presidência da Alesp.

É urgente a revogação de todos os ataques à educação pública, como a revogação do Nova Ensino Médio, que esvazia o currículo dos estudantes e a “Nova Carreira” que acomete os docentes a um regime de trabalho sem garantias. Precisamos batalhar também pela efetivação de todos trabalhadores da educação sem a necessidade de concurso público, tanto terceirizados que são em sua maioria mulheres negras que estão garantindo a alimentação dos estudantes e toda limpeza das escolas, quanto efetivar professoras(es) contratados que garantem o ensino assim como os efetivos. Temos que acabar com essa divisão de carreiras e letrinhas diferentes que servem para rebaixar as condições de trabalho dos educadores e fragmentar nossa classe.

Para nós do Movimento Nossa Classe Educação é urgente que a Apeoesp pare com esse corpo mole e organize assembleias que sejam democráticas, para impulsionarmos comandos de mobilização de base nas escolas e assim construir um verdadeiro plano de luta que decida os rumos da nossa categoria e enfrente os ataques na educação e também derrubar ataques que atingem os trabalhadores de conjunto como a Reforma Trabalhista e da Previdência.




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