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Capitalismo 2024 | 5 capitalistas mais ricos do mundos ficaram 114% mais ricos, enquanto 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres

A ganância capitalista não encontra limites - ambientais e humanos - de sugar até o último segundo de trabalho para aumentar a riqueza de pouquíssimos bilionários. Dados da OXFAM demonstram o que cada dia nos é mais visível: a miséria de muitos sustenta o lucro de poucos.

quarta-feira 17 de janeiro | Edição do dia

A OXFAM Brasil lançou o relatório Desigualdade S.A. Nele, são destacados alguns dados absurdos do nível da concentração de renda e riqueza mundiais. Primeiro em nível geográfico, em que os países como Estados Unidos, Japão e União Européia, detém cerca de 69% da riqueza mundial, sendo que seus bilionários respondem por 74% da riqueza dos capitalistas no mundo. A extrema-direita raivosa late contra o “globalismo” mas seus governos são os maiores incentivadores dessa concentração mundial, como vemos atualmente nas medidas tomadas por Javier Milei na Argentina, e que tem sido alvo de uma forte resistência.

Quanto mais aproximamos a lupa na concentração de renda, mais chocante fica o nível de crescimento da desigualdade. Os 5 homens mais ricos do mundo mais que dobraram sua riqueza desde 2020, saindo de cerca de 405 bilhões de dólares para cerca de 869 bilhões de dólares em 2023. Somente esses 5 bilionários ganharam nos últimos 4 anos o suficiente para pagar quase que duas vezes a dívida externa argentina. Elon Musk, Jeff Bezos, Bernard Arnault, Larry Ellison e Warren Buffet possuem quase um trilhão de dólares, as 148 maiores empresas do mundo, muitas dirigidas por eles, ganharam de isenções fiscais 1,8 trilhão de dólares só em 2023.

No Brasil não é diferente, 4 dos 5 bilionários aumentaram sua riqueza em pelo menos 51% desde 2020, Se compararmos esse dados com informações da ONG Trata Brasil, só a riqueza desses 5 bilionários já seria metade do que precisa para resolver a deficiência de saneamento básico no país, orçada em 2020 em 471 bilhões de reais (eles possuem uma riqueza de 258 bilhões). Mas não são só eles quem ganham, Dados do Credit Suisse mostram que o Brasil será, até 2026, um dos países com maior crescimento de milionários globalmente, tudo isso garantido com uma das maiores isenções de imposto de renda do mundo!

Lucros exorbitantes, trabalhos extenuantes e baixos salários

A outra face do aumento galopante da riqueza é sentida pelos trabalhadores e pobres. Aumento das jornadas de trabalho, redução dos salários, jornadas cada vez mais intensivas com uso de Inteligência Artifical etc. Mas ainda há um enorme contingente que fica a margem do trabalho, seja nas estatísticas de desemprego, seja em outras situações, como donas de casa, pessoas que cuidam de familiares, PcDs e outros que o trabalho voltado para o lucro não absorve.

No Brasil, o IBGE recentemente soltou dados sobre o trabalho informal. São 39 milhões de brasileiros que ganham em média 2 mil reais mensais e nem sabem quanto e quando seu dinheiro vai cair, junto com um batalhão de 4,3 milhões de empregadas domésticas que vivem as mesmas inseguranças, mas com uma média salarial de 1 mil reais mensais, menos de um salário-mínimo! E enquanto o rendimento dos bilionários cresceu 51%, esses trabalhadores viram seus rendimentos crescerem no máximo 20% em 7 anos.

O Estado é diretamente responsável pela manutenção dos lucros bilionários das empresas. Somente em juros da dívida pública foram pagos 780 bilhões em 2023, valor suficiente para resolver demandas estruturais do país. Medidas como o Arcabouço Fiscal e benefícios fiscais que, em 2021, garantiram 215 bilhões de reais do orçamento público para 24 mil empresas, sendo que só 26 empresas receberam 1 bilhão em isenção cada. O Governo Lula-Alckmin concilia com a extrema-direita e as instituições reacionárias do Estado para garantir a continuidade do aumento da desigualdade, péssimas condições de trabalho e a pobreza no país.

Somente uma alternativa independente dos capitalistas e dos governos pode garantir o fim dessa espoliação. Uma alternativa apoiada na força da classe trabalhadora e da luta de classes que possa impor o fim do pagamento da fraudulenta dívida pública que suga metade do orçamento público, por um lado, e por outro, garantir que as grandes fortunas serão taxadas e colocadas a serviço de resolver os problemas estruturais do país.




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