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Ataque | Agronegócio retoma marco temporal contra os povos indígenas após governo rifar vetos

sexta-feira 15 de dezembro de 2023 | Edição do dia

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Articulado pela bancada ruralista e do agronegócio, o Congresso Nacional derrubou em sessão conjunta nesta quinta-feira (14/12), o veto de Lula ao trecho de uma proposta que estabelece a data da promulgação da Constituição como marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Essa bancada do agro que é responsável pela exploração predatória das riquezas nacionais, pelas queimadas e por uma situação de barbárie no campo, com mortes e chacinais de lideranças quilombolas, sem-terra e indígenas há décadas. Muitos destes favoráveis à rejeição do veto são da base do próprio governo, como 5 deputados do PDT, 3 do PV, além de Paulinho da Força do Solidariedade. No Senado o Ministro da Agricultura de Lula também foi parte de votar pela derrubada do veto.

Ao liberar a sua bancada para votar livremente, Lula sinalizou que estava rifando o próprio veto e os direitos indígenas, ao passo que negociou com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, a aprovação da reforma tributária. É com esse setor do agro nefasto, base que sustentou o governo odioso de Bolsonaro nos últimos 4 anos, que Lula busca a conciliação, fortalecendo a direita e a extrema-direita. A velha política conciliatória do PT sustenta o ’toma lá, dá cá’ no jogo de interesses da política nacional, enquanto que o PSOL, com a ministra Sônia Guajajara, sendo parte deste governo e mesmo com seus parlamentares denunciando a derrubada do veto, mantém seu ministério e termina avalizando e servindo para cobrir pela esquerda essa política de conciliação.

Por isso é necessário seguir a luta e a organização dos indígenas que foram exemplo, unificando com o conjunto da classe trabalhadora. Enfrentar os interesses do agronegócio, que foram base da extrema direita, e toda sua herança de reformas e privatizações, assim como também lutar contra as privatizações que estão em curso no momento e contra os ataques como o Arcabouço Fiscal. As centrais sindicais como a CUT e a CTB deveriam tomar para si essas bandeiras, romper a trégua com esse governo. Sem confiança no STF, com independência política, para batalhar e dar uma resposta de fundo ao problema estrutural da terra, por uma reforma agrária radical sem indenização aos capitalistas e por plenos direitos aos povos indígenas.




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