×

POLÍTICA NACIONAL | Alckmin declara apoio à pré-candidatura de Doria em São Paulo

Em evento com empresários, na casa de Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, o governador Geraldo Alckmin declarou nesta segunda-feira (14) apoio à pré-candidatura de João Doria Jr. a prefeito de São Paulo pelo PSDB.

quarta-feira 16 de dezembro de 2015 | 00:48

"Victor Hugo dizia, João, que nada segura a ideia de que chegou o seu tempo. E eu quero dizer que ficarei muito feliz se esse tempo for João Doria para trabalhar por São Paulo", afirmou o governador para uma plateia que reuniu nomes como o de Gustavo Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira, Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, Roberto Klabin e Lírio Parisotto, da Usiminas.

Em sua primeira declaração pública sobre a disputa interna no PSDB para a candidatura de 2016, Alckmin afirmou que Doria tem "juventude, saúde e disposição". Até então, o governador evitava fazer comentários sobre as prévias do PSDB. Doria disputa a indicação do partido com o vereador Andrea Matarazzo, que tem o apoio de caciques tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra. Os dois estavam na lista de convidados do jantar que Flavio Rocha ofereceu a João Doria, mas não compareceram.

Os deputados federais Bruno Covas e Ricardo Tripoli, além de José Anibal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, também pretendem lançar um nome em conjunto para a disputa interna.

"O João tem uma grande qualidade, que é a dedicação ao trabalho e a política é trabalhar, é prestar serviço às pessoas. Além de ser o homem do trabalho, é o homem do setor privado. Precisamos trazer boas experiências e lideranças da iniciativa privada para ajudar o Brasil", afirmou Alckmin.

João Doria Jr. é claramente o candidato da grande burguesia nacional à prefeitura de São Paulo. Presidente do LIDE (Grupo de líderes empresariais), entidade que organiza eventos e edita publicações para empresários, Doria seria um candidato que reuniria a receita (segundo os patrões) para sair da crise: sorriso no rosto e se esforçar para ter mérito. Mas por trás do sorriso largo do pré-candidato vêm mais ajustes e medidas neoliberais. Doria já afirmou, por exemplo, que se for eleito, privatizará o Autódromo de Interlagos, hoje administrado pela prefeitura.

Num momento em que os holofotes se voltam para o processo de impeachment da presidente Dilma e para os desdobramentos da Lava jato mostrando cada vez mais a corrupção do PT e seus aliados, não podemos esquecer também dos inúmeros casos de corrupção envolvendo o PSDB. O mensalão mineiro, os desvios de dinheiro do Metrô e da CPTM, além das privatizações tucanas de rodovias e do transporte sobre trilhos (linha 4), que encarecem a mobilidade dos trabalhadores e de toda a população.

João Doria Jr. como prefeito de São Paulo serviria à continuidade desses processos de privatização. Para a burguesia, a administração pública é um balcão de negócios, onde a "doação eleitoral" é revertida em políticas orientadas a beneficiar os patrões que doaram para as campanhas. Porém, qualquer que seja o político burguês eleito para prefeito de São Paulo no ano que vem, ele adotará medidas que servirão como correia de transmissão dos cortes nos orçamentos federal e estadual.

O prefeito Fernando Haddad (PT) já deu uma pequena mostra dessas medidas ao privatizar os terminais de ônibus urbanos da cidade. Cabe aos trabalhadores, à juventude e aos demais setores atingidos resistir ao ajuste fiscal também no âmbito municipal, seja com a continuidade do falso governo progressista de Haddad, seja com Doria ou com qualquer outro que represente os interesses dos patrões.


Temas

Alckmin



Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias