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Assembleia da Ciências Sociais da UFPE aprova independência política do governo Lula-Alckmin

Estudantes de Ciências Sociais reunidos em assembleia aprovaram a moção: que a UNE organize um plano de lutas pela revogação dos cortes na educação e contra o Arcabouço Fiscal e o Marco Temporal. Por um movimento estudantil e uma UNE independentes do governo Lula-Alckmin

segunda-feira 10 de julho de 2023 | Edição do dia

A assembleia que aconteceu dia 05/07, reunindo mais de 50 estudantes, foi fruto de uma batalha da Faísca Revolucionária e de estudantes independentes, e tinha como objetivo a refundação do Diretório Acadêmico (DA) do curso, que está desativado.

Depois de 4 anos de governo do reacionário Bolsonaro, nos quais a maior parte do tempo estivemos com o DA desativado, somado à pandemia e aulas à distância, o movimento estudantil da UFPE se encontra desarticulado, com um DCE dirigido pela UJS, Levante e PT, organizações que fazem parte do atual governo e por isso atuam contra a organização independente dos estudantes. Não à toa até o momento nenhuma assembleia foi convocada para organizar a luta dos estudantes desde o início do ano. E nas Ciências Sociais não é diferente, onde muitos estudantes nunca presenciaram o DA ativo.

Ao mesmo tempo, os desafios para o movimento estudantil seguem enormes. Após os sistemáticos ataques à educação por parte do governo Bolsonaro existe ainda um déficit orçamentário enorme da UFPE, com subsequentes declarações do reitor afirmando que não há verbas para manter as atividades até o final do ano. Os cortes recaem principalmente nos estudantes que seguem com bolsas insuficientes e com valores que mal pagam um aluguel. A estrutura dos prédios é precária, especialmente no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Falta água nos corredores e ar condicionado nas salas de aula. O trabalho na UFPE também segue cada vez mais precário, especialmente com a terceirização, como do Restaurante Universitário, por exemplo, onde uma maioria de mulheres negras trabalham sem direitos e com baixos salários, conforme já foi denunciado neste manifesto contra a terceirização e a precarização do trabalho..

Porém com o novo governo Lula-Alckmin não houve a recomposição orçamentária necessária. Além disso este governo de frente ampla, que está junto com banqueiros da FEBRABAN, patrões da FIESP, com a direita e o centrão golpista, já afirmou que não irá revogar a reforma da previdência, nem trabalhista, nem do ensino médio, ao passo que acaba de aprovar o novo marco temporal e um investimento recorde para o agronegócio através do plano safra. Como se não bastasse, está para aprovar também, durante as datas do congresso nacional da UNE (Conune), uma lei similar ao Teto de Gastos do golpista Michel Temer, que vai estrangular o orçamento público: o novo Arcabouço Fiscal, que irá tirar dinheiro da saúde e da educação para pagar a fraudulenta dívida pública.

Por isso a Faísca Revolucionária vem lutando nacionalmente para construir um movimento estudantil que lute contra o novo teto de gastos e pela revogação da todas as reformas com independência política de todos os governos, inclusive do de Lula-Alckmin, exigindo um plano de lutas e posicionamento político da UNE.

Na Ciências Sociais esta batalha passa por refundar urgentemente um DA combativo, militante, que esteja ligado à base dos estudantes, que esteja a serviço de organizar a luta pelas demandas da comunidade acadêmica junto dos trabalhadores, e que seja independente das reitorias e dos governos.

Porém isso só será possível com uma refundação do DA que conte com a participação ampla dos estudantes, em um processo democrático, onde todes possam participar dos debates e da formação de chapas, com as assembleias sendo a instância máxima de deliberação, promovendo assim a auto organização dos estudantes.

Entretanto, apesar da importante conquista da assembleia do dia 05/07, que ocorreu graças a ampla divulgação realizada pela Faísca Revolucionária e por estudantes independentes do primeiro período, os métodos democráticos do movimento estudantil não estão garantidos. Ao contrário, o que tem ocorrido é que o Conselho de Representantes de Turma (CRT) da Ciências Sociais, onde participam as correntes UJS, Levante e PT, que fazem parte do atual governo Lula-Alckmin assim como da direção majoritária da UNE, junto a UJC (Juventude do PCB), vêm aprovando medidas antidemocráticas, contra a divulgação e deliberações votadas em assembleia, chegando ao absurdo de proibir a divulgação da assembleia por parte das organizações e retirando um cartaz da Faísca Revolucionária e de independentes que divulgava a assembleia.

Além disso, todas as propostas realizadas na assembleia do 05/07 para garantir um processo democrático para a refundação do DA foram barradas pela mesa composta pelo CRT. Porém, ainda assim, é uma importante conquista, que após muitos apelos a moção por um movimento estudantil independente do governo Lula-Alckmin foi aprovada com 38 votos favoráveis e apenas 1 contrário, revelando que os estudantes da Ciências Sociais estão unidos contra os ataques do governo de frente ampla e exigem que a UNE realize um plano de lutas a altura de nossos desafios.

Os estudantes das Ciências Sociais estão dando um exemplo protagonizando um processo de auto organização e lutando para a refundação de um DA democrático. A Faísca Revolucionária também seguirá batalhando por um movimento estudantil democrático, que incentive a auto organização dos estudantes, que esteja ao lado dos trabalhadores e com independência política dos governos e reitorias, em cada universidade, assim como no Conune que acontecerá do dia 12 ao dia 16 de julho em Brasília.




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