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IPE-Saúde | Com a polícia, Leite impõe ataque ao IPE e direções sindicais convocam a não resistir

Entre 4 e 5 mil servidores de várias categorias participaram de atividades durante o dia todo para impedir a votação, em regime de urgência, do PLC-259 nesta terça-feira (20). Este projeto de lei complementar aumenta absurdamente as taxas do IPE-Saúde, principalmente para aposentados e dependentes. Os deputados conseguiram entrar com ajuda da polícia e a votação se deu com a direção do CPERS pedindo para os trabalhadores não radicalizarem, organizando o fim do ato no início da sessão plenária.

quarta-feira 21 de junho de 2023 | Edição do dia

Os parlamentares da oposição (PT, PCdoB, PSOL), que poderiam usar da sua posição privilegiada de figura política para se colocarem entre os trabalhadores e a polícia não o fizeram, se limitaram a dizer que não entrariam na sessão se os servidores não pudessem entrar também. As direções sindicais colocaram em votação logo em seguida: não entrar na assembleia, eleger Leite como inimigo número um dos servidores e manter a unidade entre os servidores. A primeira foi uma medida concreta para não resistir, como se fosse uma forma de protesto, as outras duas foram medidas abstratas que não encaminharam nenhuma ação real e acabaram contribuindo para a organização de mais uma derrota para os servidores de todo o estado, que irão pagar por uma dívida do IPE-Saúde que não criaram.

Esta terça-feira fatídica demonstrou mais uma vez como não podemos depositar nenhuma confiança em resolver as nossas demandas através da institucionalidade. Nenhuma confiança nas câmaras legislativas, no judiciário golpista que agora ataca a greve dos professores do RJ ou nos governos de aliança com setores da direita que historicamente nos atacam, como hoje é o governo Lula/Alckmin. Esta terça-feira mostrou também que não podemos depositar confiança sequer nas direções sindicais que estão totalmente voltadas para esta institucionalidade e não para organizar a luta concreta dos trabalhadores e trabalhadoras em aliança com os setores mais oprimidos para batalharmos pelos nossos direitos.

É preciso colocar em pauta em cada local de trabalho e estudo o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que pavimenta todo o caminho das privatizações e descarrega a crise do estado nas nossas costas. O RRF é o teto de gastos do estado do RS. Assim como é preciso nacionalizar uma luta contra o arcabouço fiscal do governo Lula/Alckmin, é necessário expor que aqui no RS o RRF serve para honrar com uma dívida fraudulenta com a União, que no concreto significa descarregar uma crise que não criamos sobre as costas dos trabalhadores e trabalhadoras.

Somente a nossa auto-organização em cada local de trabalho, construindo a unidade entre trabalhadores terceirizados, contratados e efetivos para lutar pelos mesmos direitos, é que pode, com os métodos de luta da nossa classe, impor um contra ataque ao governo Leite. Nossa organização e unidade pode exigir a retirada deste PLC-259, mesmo depois de aprovado, e pode batalhar por muito mais. Exigir um IPE-Saúde 100% público e gratuito, controlado pelos trabalhadores e que para isso se confisque os bens dos grandes sonegadores gaúchos, bem como se rompa imediatamente com a política de isenções fiscais bilionárias, gerando receita imediata para dar conta do IPE-Saúde e muito mais, para se investir em educação e saúde, habitação, saneamento básico e emprego por exemplo.

Mas para tudo isso ser possível é necessário nos posicionarmos de forma independente das direções burocráticas, dos governos e organizações políticas que apostam e nos conduzem ao ilusório caminho da unidade com a direita e de confiança em instituições inimigas dos trabalhadores.

Façamos como os professores do RJ em uma forte greve contra o governo de Cláudio Castro! Sigamos o exemplo também dos trabalhadores e povos originários que na província argentina de Jujuy se encontram em luta nas ruas por salários, direitos sociais e em defesa da água e dos recursos naturais, fazendo recuar ataques de seu governo provincial que busca aplicar uma reforma constitucional reacionária com o apoio do governo de Fernández e Kirchner. Vem do país vizinho e que faz fronteira com o Rio Grande do Sul também o forte exemplo da atuação dos parlamentares revolucionários do PTS/Frente de Esquerda, partido irmão do MRT, que impulsiona no Brasil o Movimento Nossa Classe. Lá, colocamos nossos mandatos a serviço de ampliar essa luta, sem confiança nas manobras do regime e apostando integralmente na força da mobilização para impor as demandas dos trabalhadores, indígenas e da população pobre que hoje se enfrentam com a repressão policial.

Nós do movimento Nossa Classe Educação convidamos as trabalhadoras e trabalhadores da educação gaúcha a se organizarem conosco para espalhar essas ideias.




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