Apesar do estado de alerta ditado pelo governo do Estado Espanhol e da campanha #Yomequedoenmicasa (#Euficoemminhacasa), as grandes fábricas não fecham e milhões de trabalhadores são obrigados a irem trabalhar. Diante dessa situação foram as trabalhadoras e os trabalhadores de empresas como Airbus, Renault, IVECO e Mercedes os que interromperam as linhas de produção nesta segunda (16).
segunda-feira 16 de março de 2020 | Edição do dia
O governo de Pedro Sanchez (PSOE) decretou o Estado de Alerta, a Polícia intima as pessoas a ficarem em suas casas em alto falantes vindos de suas viaturas e drones. As mídias impulsionam frenética campanha do #Yomequedoenmicasa (#Euficoemminhacasa). No entanto, chega a segunda, primeiro dia de trabalho na semana, e milhões de pessoas têm que sair para a rua e pegar um transporte público lotado e insalubre para ir ao seu trabalho em grandes fábricas e empresas que não são de primeira necessidade. É contra esta realidade, que nesta segunda, milhares de trabalhadores e trabalhadoras iniciaram paralisações espontâneas em muitas das principais empresas.
No início da jornada da manhã de 16 de março, em plena crise do coronavírus, os funcionários da fábrica da Mercedes em Vitoria-Gasteiz (País Vasco) teve sua linha de produção paralisada. Com 5.000 trabalhadores, a empresa se negava a fechar e mantinha um foco de contágio numa das cidades mais afetadas.
📣👷♀️👷♂️Un ejemplo de como protegernos del #coronavirus ante la codicia patronal ✊ Compártelo! Ayúdanos a que se conozca lo que está pasando en muchos centros de trabajo! Cuéntanos tu caso 📲661 66 49 49 #YoNoPuedoQuedarmeEnCasa #YoMeQuedariaEnCasa pic.twitter.com/lFQGBEooMP
— IzquierdaDiario.es (@iDiarioES) March 16, 2020
Esta medida de saúde imposta pelos trabalhadores tem se multiplicado nas fábricas de automóveis e de aeronáutica, as que concentram um maior número de trabalhadores e possuem um importante peso sindical.
Han sido los obreros de la Renault los que han parado la producción. Igual que han sido los obreros de la Mercedes. No hay fuerza comparable a la unidad de clase.
(La fotografía, por cierto, es también de los obreros de la Renault pero en Francia en 1968. Ayer, hoy y siempre) https://t.co/7ijOSNnDYb pic.twitter.com/hYN7IJ2LNo
— Javier Martín (@MartinR_Javier) March 16, 2020
A Airbus, em Getafe, com 11.000 trabalhadores, a IVECO em Barajas, com 2.400 e quatro plantas da Renault, que juntas reúnem 13.000 trabalhadores; se somam às fábricas paralisadas pelos próprios funcionários diante da ganância da patronal que jogam com a saúde da classe trabalhadora em tempos de coronavírus.
Ao longo do dia e dos dias seguintes esta cifra poderia aumentar, multiplicando-se os setores de trabalhadores que têm que impor o fechamento das empresas às suas patronais sem escrúpulos, que tratam de seguir ganhando dinheiro pondo os trabalhadores em risco.
Mañana cerramos #Airbus por ti y por los nuestros y sus familias, en ocasiones los trabajadores deben ser coger más responsabilidad que la propia empresa. #YoMeQuedoEnCasa te enteras Airbus pic.twitter.com/TJPBP6CpEE
— CGT (AIRBUS Getafe) (@cgtgetafe) March 15, 2020
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Tal como nos relata Roberto Pastor, secretário geral da seção sindical de Comissões Operárias (CCOO) em Mercedes-Benz Vitória, não se estava cumprindo as medidas de segurança, nem a distância entre as pessoas, e a decisão de não fechar provinha das salas da direção, perfeitamente seguras e isoladas, enquanto os trabalhadores estavam apinhados na planta industrial. No entanto, os funcionários nos mostram como nos protegermos do coronavírus frente à ganância da patronal.
Un matiz importante: Renault e Iveco no han parado nada por su propia voluntad. Han sido los trabajadores los que han forzado el cese de la producción. https://t.co/SaOAIrlFlp
— Pablo (@Pablo_28030) March 16, 2020
É assim que, ao mesmo tempo em que generalizam medidas repressivas em nome da quarentena, milhões de pessoas seguem se expondo aos riscos desnecessários para seguir produzindo. Porém, os trabalhadores destas fábricas demonstram o caminho, assim como fizeram nestes dias anteriores os trabalhadores de outras fábricas na Itália diante da falta de ação da patronal.
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