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Desastre capitalista | Crise climática, seca sem precedentes e agronegócio colocam o Pantanal em chamas

Novembro é um período do ano em que o Pantanal, um dos maiores biomas brasileiros, deveria estar alagado. No entanto, a seca que atinge a região é sem precedentes e várias cidades do MT e MS respiram a fumaça dos 2387 focos de incêndio registrados nos primeiros 13 dias deste mês. O fogo está devastando áreas de preservação federal, estadual e terras indígenas. O desequilíbrio ambiental e climático é resultado da irracionalidade capitalista. Os estados decretaram situação de emergência e o governo Lula enviou reforços ainda insuficientes para atender a região.

quarta-feira 15 de novembro de 2023 | Edição do dia

Ao menos 852 mil hectares do bioma já foram consumidos pelas chamas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no Mato Grosso são 1.642 focos de incêndio, e no Mato Grosso do Sul são 745. José Marengo, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - Cemaden/MCTI, afirma que todo o Centro-Oeste da América do Sul está sofrendo com um fenômeno que os cientistas estão chamando de bloqueio meteorológico, que associado ao El Niño, gera seca extrema e favorece aos incêndios. Segundo Marengo, o uso do fogo na pecuária ligado à falta de chuvas tem a ver com a destruição do bioma.

Segundo dados do programa Queimadas, Poconé (MT) é a cidade no país com mais focos de calor, seguida por Corumbá (MS) que concentra 90 focos de incêndio. Segundo o Inpe, Em Mato Grosso, outras das cidades mais atingidas pelas chamas são Barão de Melgaço e Cáceres. O Parque Nacional Encontro das Águas, conhecido como a casa das onças, localizado entre os municípios de Barão de Melgaço e Poconé, está com mais de 34% da sua área queimada e coloca em risco as espécies em extinção. Ambientalistas reclamam da demora dos governos para agir.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, no mesmo período do ano passado, em que haviam chuvas regulares no Pantanal, se registrou 57 pontos de calor no bioma todo. A crise climática causada pela irracionalidade capitalista, que causou as enchentes no RS e em SC, seca na Amazônia, ondas de calor insuportáveis em SP e outros estados e que agora em 13 dias devasta o Pantanal, tende a se agravar muito nos próximos anos. O governo de conciliação com os capitalistas e latifundiários de Lula/Alckmin é incapaz de dar uma resposta a esta crise por causa dos interesses conflitantes entre pecuaristas e indígenas, por exemplo. O governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, enviou 43 brigadistas e dois helicópteros para a região, uma região de milhares de hectares em chamas.

Pesquisadores alertam sobre as mudanças climáticas já há bastante tempo. E como sempre, quem mais sofre com os desastres climáticos provocados pela prática predatória e colonial capitalista são os trabalhadores e a população mais pobre. Mesmo quem pensa que está à salvo, do alto do seu escritório com ar condicionado, sofrerá as consequências das mudanças climáticas se o modo de produção não mudar radicalmente e programas de reflorestamento e recuperação de biomas não começarem imediatamente. Mas tudo o que é necessário para atuar conscientemente para regular o clima, os biomas e ecossistemas do planeta vai contra os interesses dos capitalistas, que olham para a natureza com olhos predatórios como se não fossem parte dela e como se os recursos fossem infinitos.

Somente quem mais sofre com o regime atual, a nossa classe unificada com os povos originários e a juventude estudantil, é que pode tomar em suas mãos em cada local de trabalho, estudo e moradia as rédeas do sistema de produção para colocar a indústria e a tecnologia toda, que existe e que existirá, à serviço da humanidade e de uma vida em comum que vale a pena ser vivida e não mais à serviço dos capitalistas.




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