Durante o aprofundamento dos cortes à Educação no país, em que bolsas de pesquisa ficaram sem custeio, terceirizados foram demitidos e as universidades ficaram com os cofres no vermelho, aliados de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, os deputados reeleitos Soraya Santos e Dr. Serginho do PL-RJ, teriam pagado cabos eleitorais com recursos da Uerj.
terça-feira 13 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Segundo apuração do UOL Notícias, os deputados bolsonaristas Soraya Santos (federal) e Dr. Serginho (estadual) do PL-RJ, teriam pagado cabos eleitorais na campanha de 2022 com recursos da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), órgão do governo estadual direcionou à Uerj. A universidade contratou este ano “fantasmas” ligados aos deputados. Durante a campanha essas pessoas receberam em média até R$ 26 mil, vários deles disseram não saber de qualquer trabalho na Uerj.
Todos os “fantasmas” que constam na lista da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e que estão ligados aos deputados bolsonaristas, em teoria deveriam ter prestado serviços no projeto da Uerj para a implementação de espaços de qualificação profissional. Há indícios de ao menos 45 contratados pela instituição de Ensino Superior que possuem ligação com Dr. Serginho e Soraya Santos. Ao todo os parlamentares receberam a quantia de R$ 2,314 milhões oriundos do caixa da Uerj. Todo o projeto da Uerj que têm 394 pessoas, com valor bruto total de R$ 23, 736 milhões.
Conforme a reportagem do portal de notícias, inúmeras pessoas que estão na lista afirmaram que seus dados foram utilizados indevidamente, sem que elas soubessem. Soraya Santos que foi reeleita para o cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro e é presidente nacional do PL Mulher, afirmou em nota que desconhece o projeto, Dr. Serginho que se reelegeu como deputado estadual do RJ, disse que não fez qualquer indicação e que nenhuma das pessoas citadas na matéria do UOL Notícias trabalharam em sua campanha.
Ambos os parlamentares possuem ligações estreitas com a família Bolsonaro. Santos é próxima de Michelle Bolsonaro e Dr. Serginho é amigo próximo de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na gestão do governador Claúdio Castro também do PL, ele chegou a ser secretário de Ciência e Tecnologia, pasta que tem dentre as suas atribuições o controle da Uerj e da Faetec.
A Uerj nega irregularidades, mas enviou dados ao TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), que verificam a existência de folhas de pagamento secretas da universidade de contratados para projetos realizados com recursos de secretarias e órgãos do governo estadual. Além do TCE-RJ, há apurações em curso nos ministérios púbicos Estadual e Eleitoral, que podem resultar até em perda de mandato dos políticos envolvidos.
“Escândalos” como esse demonstram a cara do bolsonarismo e da extrema-direita brasileiras, parasitas em sua conformação e conservadoras e hipócritas em conteúdo. Enquanto os pesquisadores passam as duras penas para se manterem, através de endividamentos ou mesmo tendo que abandonar as suas pesquisas para se tornarem parte dos precarizados, fruto das reformas ultraneoliberais de Bolsonaro e as universidades não têm como quitar suas contas básicas, os parlamentares e aliados da família do presidente se esbaldam com o dinheiro público.
Por sua vez, as entidades estudantis, as centrais sindicais e parcelas da esquerda que poderiam canalizar a revolta dos estudantes e dos trabalhadores, seguem comemorando as migalhas que o moribundo governo Bolsonaro destina em seus últimos dias. Nutrindo vãs ilusões no vindouro governo Lula-Alckmin que tem em sua equipe capitalistas ligados à educação privada. A fim de fazer com que esses parasitas bolsonaristas e “urubus” privatistas da Educação tirem as suas mãos das nossas universidades e escolas, é fundamental a organização dos estudantes e dos trabalhadores em seus locais de trabalho e estudo, na luta contra o desmonte generalizado da Educação e dos demais serviços públicos.
