As diplomações de candidatos bolsonaristas que venceram nas eleições têm ocorrido nos últimos dias. Zé Trovão (PL-SC), Damares Alves (Republicanos-DF) com a presença de Michelle Bolsonaro e a cerimônia do Sargento Rodrigues (PL-MG), são exemplos de figuras eleitas reacionárias, inimigas da classe trabalhadora, dos povos oprimidos e povo pobre. Só a aliança entre estudantes e trabalhadores é capaz de derrotar a extrema direita nas ruas!
terça-feira 20 de dezembro de 2022 | Edição do dia
A expressão forte do bolsonarismo com seus resultados nas urnas se faz presente nas diplomações do último dia 19, começando pelo reacionário Zé Trovão como deputado federal em Santa Catarina, que obteve 70 mil votos e compareceu à cerimônia com uma tornozeleira eletrônica. Defensor de atos golpistas, também é conhecido por atacar o STF e Alexandre de Moraes, foi preso em setembro do ano passado por acusado da organização de atos antidemocráticos pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Para tentar se livrar da prisão, Zé Trovão fugiu para o México, mas se entregou no mês seguinte ao ter concedido o pedido de prisão domiciliar por Moraes. Atualmente faz uso da tornozeleira desde fevereiro deste ano. As ações do STF e de Alexandre de Moraes não podem ser o lugar de depósito da confiança para derrotar a extrema direita, visto que foi o mesmo setor responsável por estar do lado do golpe institucional e conduzir a prisão arbitrária de Lula, participando também das eleições manipuladas de 2018 e em 2022, conferindo às forças armadas o poder de verificação das urnas.
Damares Alves foi diplomada em Brasília e teve ao seu lado a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que vestiu rosa para o evento, sinal claro de referência aos posicionamentos reacionários da atual senadora ao declarar que meninas vestem rosa e meninos azul. Acumulando casos asquerosos contra o direito ao aborto, um deles é o caso absurdo em que a senadora foi responsável por vazar dados de uma menina de 10 anos estuprada por um parente e que realizaria um aborto no Espírito Santo. Damares representa tudo que há de mais grotesco para a vida das mulheres, LGBTQIA+, classe trabalhadora e povo pobre.
Em Minas Gerais, Sargento Rodrigues (PL), atual deputado estadual, carregou uma placa com a frase “Bolsonaro, nosso legítimo presidente!”, dialogando diretamente com os atos contestadores das urnas no pós-eleições. Um dos milhares de policiais apoiadores de Bolsonaro que tiveram um aumento considerável nos últimos anos e representam a defesa da propriedade privada e dos interesses da burguesia, junto ao assassinato brutal da juventude negra no país com a farsa da guerra às drogas.
A força da extrema direita não vai ser derrotada confiando nas alianças com a direita que só fortalecem os bolsonaristas e tudo de mais grotesco que representam. Só a classe trabalhadora organizada é capaz de cumprir esse papel com seus métodos de luta, inspirada nas ações dos estaleiros da Brasfels em Angra, e dos torcedores das torcidas organizadas que colocaram os bolsonaristas pra correr! Por isso é necessário que a CUT e a CTB, junto à UNE, entidades dirigidas pelo PT e PCdoB, organizem assembleias em cada local de estudo e trabalho, a fim de traçar um plano de lutas que una estudantes e trabalhadores nas ruas contra Bolsonaro, o bolsonarismo e a extrema direita nas ruas. Não como faz Lula junto com Alckmin na frente amplíssima, sem perspectivas de revogação das reformas da previdência e trabalhista que atacam profundamente a classe trabalhadora no país, com programas de fortalecimento da polícia e declarando-se abertamente contra a legalização do aborto.
