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ENEM | ENEM aumenta exclusão: inscrição chega a R$82 e não servirá como certificado de conclusão

Como parte das medidas de Temer para fazer os trabalhadores e a população pobre pagar pela crise, Ministério da Educação aumenta a taxa de inscrição do Enem em 20,5% dificultando o acesso aos mais pobres. Outra mudança é que o resultado da prova deixa de servir como certificado de conclusão para aqueles que não tiveram condições de concluir os estudos normalmente.

segunda-feira 10 de abril de 2017 | Edição do dia

No dia de hoje foi anunciado em diário oficial alterações no Enem que prejudicam os setores mais pobres da população.

O aumento da taxa de inscrição para a prova é de 20,6%, o que faz com que o valor passe de R$ 68 (sessenta e oito reais) para R$ 82 (oitenta e dois reais). A super-taxa ultrapassa em mais de 4 vezes a inflação reconhecida como oficial. Além disso, o processo de pedido de isenção da taxa para pessoas de baixa renda será mais difícil e tortuoso, tendo estes que comprovar através de trâmites ainda mais trabalhosos e demorados sua condição financeira, o que tende a fazer com que muitos desanimem e desistam.

Nos últimos anos o Enem havia sido utilizado por pessoas que não tiveram condição de cursar a escola normalmente como forma de certificado de conclusão dos estudos, seja no ensino fundamental ou médio. Havia uma nota mínima para que a prova tivesse essa finalidade.

Este conjunto de medidas, em um país onde o ensino superior é tão restrito e com um alto índice de abandono escolar por motivos sócio-econômicos, faz com que a situação se agrave ainda mais. O que já era anti-democrático se torna pior: a eliminação começa logo na inscrição com seu alto valor.

Muitos jovens contam com a prova do Enem para tentar uma vaga seja em algumas universidades públicas, seja com bolsas em faculdades particulares. O desemprego cresce entre a juventude e os salários encolhem entre toda a classe trabalhadora diante da inflação. O recado do governo é que para juventude pobre e trabalhadora não há vagas, não há direito a educação superior. Se antes o Enem já servia como um filtro social, este ano teremos um salto na sua elitização.




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