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Nossa Classe | Eleições do SindUTE-MG: por uma oposição classista, combativa e independente dos governos e patrões

quarta-feira 12 de abril de 2023 | Edição do dia

Nos dias 24/04 a 28/04 acontecerão as eleições do SindUTE-MG, sindicato de trabalhadores da educação de Minas Gerais. Com essa declaração queremos dialogar com todas, todes e todos trabalhadores da educação que vêem a necessidade de termos um sindicato ligado às bases das escolas para podermos enfrentar os ataques de Zema, o bolsonarismo e apontar uma estratégia para vencer, pelo Piso Salarial na educação, a desmilitarização das escolas, a revogação integral do Novo ensino Médio e as reformas da previdência e trabalhista, as quais o atual governo Lula Alckmin já se comprometeu em manter. Nos dirigimos aos que buscam uma alternativa classista, combativa e independente dos governos para a direção do SindUTE (CUT/PT).

As eleições no SindUTE acontecem em meio a ameaças de ataques em escolas, ações bárbaras alimentadas pela extrema direita e que reforçam a necessidade de batalharmos pela mais ampla organização de trabalhadores da educação junto à comunidade escolar. Além disso, acabamos de ver a vitória de Zema em conseguir aprovar na ALMG o aumento em 300% de seu salário e de seus assessores, ataque que passou sem luta ou paralisação chamadas pelas centrais sindicais. E para isso o governo Zema contou com o apoio de partidos que ano passado a direção do SindUTE dizia que eram aliados em nossa luta pelo Piso Salarial, como o PSD, de Kalil e Fuad, e tantos outros.

Ao contrário do que ocorre frente à Apeoesp (Sindicato de Professores de São Paulo), em que trabalhadores da educação também se enfrentam com governos de extrema direita (como Romeu Zema em Minas Gerais e Tarcísio de Freitas em São Paulo) e que a oposição conformou uma chapa que defende uma política de independência de classe, como alternativa às velhas direções da CUT/PT, a eleição para direção estadual do SindUTE MG terá uma única chapa para a direção estadual. Chapa que é conformada praticamente pelo mesmo grupo que compõe a direção sindical há décadas, agora englobando em sua nova composição o PSTU. Ou seja, longe de qualquer renovação, a Chapa 1 apresenta, por trás da agitação por “unidade”, a mesma política que vemos há anos em nosso sindicato, ou seja: sem uma política que seja independente dos governos e organizada desde a base, e com confiança no judiciário e naqueles que sentam à mesa com os patrões para negociarem nossos direitos.

Enquanto isso, o governo de Romeu Zema segue com práticas anti-sindicais e autoritárias como a manutenção da multa de 3 milhões ao nosso sindicato. Uma verdadeira punição pela nossa greve pelo Piso Salarial do ano passado. Medida anti-sindical levada à frente pelo judiciário, que atua como árbitro numa partida em quem sempre ganha são os governos capitalistas e os patrões. O mesmo judiciário que sempre serviu à manutenção da desigualdade e da exploração e que em 2016 foi peça chave do golpe institucional.

Já em nossa greve ano passado nós do Nossa Classe (MRT e independentes) apontamos que não era possível ter qualquer ilusão no STF e que nossa greve estava numa encruzilhada, ou seja, a de termos a derrubada do veto na ALMG sem a garantia do reajuste de 33% (devido ao desvio da força da greve para as vias institucionais onde predomina os interesses dos poderosos e grandes empresários). E o outro caminho que seria o de termos tido uma greve que batalhasse para canalizar em nossa luta a insatisfação popular contra o governo, buscando garantir a vitória. Esse último caminho não foi trilhado pela direção do Sind-UTE/MG, responsável por acabar com nossa luta sem o reajuste e gerando ilusões no STF e no ministro Luís Roberto Barroso nos deixando sem munições contra o governo Zema e o judiciário, que hoje aplicam uma multa histórica contra nossa categoria. Situação que a direção estadual responde com desmobilização da categoria, transferindo assim para a nossa luta e organização de base as amarras jurídicas que Zema e o judiciário usam contra nossa categoria.

Ao contrário disso, nós do Nossa Classe buscamos contribuir, junto a trabalhadores da categoria, com uma política construída pela base e com independência de todas forças políticas da burguesia. Expressamos essa batalha, por exemplo, nas propostas de comando de greve com representantes eleitos na base, organismo que, quando estivermos em greve, seja soberano ao Conselho Geral de Representantes. Ou na que defendemos no 12º Congresso do Sindute, por Conselhos de Representantes de Base organizados por cada subsede com representantes eleitos por turno de cada escola, como um espaço periódico de organização de base da nossa categoria na rede estadual (assim como acontece nas redes municipais). Propostas que ou são combatidas pela direção estadual do SindUTE como a de comando de greve; ou que não são implementadas apesar de aprovada em nosso 12º Congresso, como os Conselhos de Representantes de Base.

Como afirmamos em muitos de nossos materiais, a política de conciliação de classes serve para fortalecer a direita e a extrema direita e para enfraquecer uma alternativa que realmente atenda às necessidades de trabalhadores e do povo pobre. O mesmo Itaú, que junto a Zema destrói a educação pública em Minas Gerais, está lado a lado dos bilionários da educação, tais como Todos Pela Educação, Lemann, que estiveram no governo de transição Lula/Alckmin e que agora são acomodados por Lula em seu discurso contrário à revogação do NEM, mesmo com todo o rechaço de professores e estudantes.

Em Minas Gerais é onde vemos passar de perto o primeiro grande ataque do governo Lula/Alckmin, responsável por concluir e assinar a privatização do metrô de BH, sem sequer a garantia dos empregos dos metroviários e que ainda tem seus salários cortados pela greve. Quem ganha com isso é o governo de Romeu Zema, o projeto privatista que avança como nunca antes nas escolas e políticos bolsonaristas como Nikolas Ferreira que tem entre seus principais inimigos a educação, as mulheres, LGBTQIAP+. Contra a privatização colocamos nossas forças junto aos metroviários ao longo de toda a greve e agora contra o corte de salários.

Por isso, para enfrentar o Novo Ensino Médio, as privatizações e os demais ataques que vieram nos governos Temer e Bolsonaro, como a Reforma Trabalhista e da Previdência, é preciso uma posição classista e independente do governo e dos capitalistas. Apesar do chamado do Nossa Classe e de outras correntes de esquerda para uma chapa unificada de oposição à atual direção do SindUTE/MG, o PSTU em Minas Gerais integrou a mesma chapa da atual direção estadual para as eleições da sede central e para as subsedes. Na subsede de Contagem as duas chapas inscritas para as eleições da subsede são base da prefeitura de Marília Campos/PT, com o PT compondo as duas, o PSTU em uma e o Resistência/PSOL em outra. A diluição do PSTU em chapas governistas vai na contramão dos enormes desafios classistas colocados para nossa categoria contra os ataques de Zema e a defesa de nossos direitos e do importante movimento feito por correntes de esquerda e trabalhadores da base da educação estadual de São Paulo, que apresentaram uma chapa unificada da oposição de esquerda nas eleições da Apeoesp (sindicato de Professores de São Paulo), em que nós do Nossa Classe e do MRT compomos a candidatura com a vice-presidência da chapa, e o PSTU compõe a candidatura com a presidência da chapa.

Assim, ao não haver uma chapa nessas eleições do SindUTE/MG que seja uma alternativa classista e com independência dos governos e dos patrões, chamamos voto nulo. Convidamos todos que concordam com a necessidade de termos um SindUTE pela base, classista e com independência de todos governos e patrões a expressarem essas posições nas eleições fortalecendo com seu voto uma política classista em nosso sindicato na eleição para o Conselho Geral de Representantes (CGR). Convidamos todas, todes, todos a se somar nessa batalha através de suas subsedes e das candidaturas independentes para o CGR, como faremos com o nome de nossa militante Flavia Valle, professora de Sociologia da rede estadual e candidata ao CGR pela subsede Contagem.




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