×

Transfobia | Em decisão transfóbica Câmara dos Deputados proíbe linguagem neutra em órgãos públicos

Câmara dos Deputados proíbe uso de linguagem neutra em órgãos públicos: um ataque transfóbico encabeçado pela extrema direita que encontra cada vez mais espaço no governo de frente ampla e que só pode ser combatido pela organização da classe trabalhadora e dos setores oprimidos.

quinta-feira 7 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

Foi aprovada nesta terça-feira na Câmara dos Deputados a emenda que proíbe o uso da linguagem neutra em órgãos públicos. A emenda foi proposta por Junio Amaral, deputado do PL, que justificou a emenda se referindo à linguagem neutra como uma “aberração linguística”: nenhuma surpresa para o partido reacionário de extrema direita de Bolsonaro, que leva a frente sua política transfóbica e em defesa da família tradicional brasileira.

A emenda é mais um ataque do reacionário Congresso Nacional que ainda expressa o peso e a força da extrema direita no país, formado pelos setores evangélicos e reacionários da extrema direita que comporam o governo Bolsonaro e que se fortaleceram pelos anos de conciliação dos governos do PT. Os anos de aliança que se expressaram na Carta ao Povo de Deus assinada pela Dilma, que se comprometeu com a defesa da família tradicional, seguem se mostrando no novo governo Lula-Alckmin, que ainda durante as eleições lançou a Carta aos Evangélicos que se comprometeu a não legalização do aborto seguro e gratuito.

A extrema direita no Brasil segue se fortalecendo, fruto de um governo de frente ampla encabeçado pelo PT que, em nome da governabilidade, abraçou o reacionário Alckmin, o integrante da Opus Dei, como vice, e convidou para compor o governo o partido Republicanos, partido do racista e privatista Tarcísio que governa o estado de São Paulo. Não é surpresa que as políticas de isenção bilionárias aos setores evangélicos reacionários fortaleceram esse setor que hoje aplicam ataques à comunidade LGBTQIA+.

Essa extrema direita, que justificou essa emenda dizendo que a linguagem neutra “não se enquadra na finalidade de uma linguagem simples, clara e objetiva”, entende por “simples”, “claro” e “objetivo”, apenas a opressão de gênero, que faz com que o Brasil seja o país que mais assassina pessoas trans no mundo, e que promete a elas as condições de trabalho mais precárias. O combate à extrema direita transfóbica, entretanto, não se faz se aliando a ela: é essa conciliação que levou, por exemplo, o governo Lula-Alckmin a manter o RG transfóbico de Bolsonaro, que vai seguir contendo o nome morto de pessoas trans e o “sexo biológico”.

A defesa dos direitos trans e da comunidade LGBTQIA+ passa por organizar o conjunto da classe trabalhadora, tendo a frente os setores oprimidos que são os mais afetados pelos ataques da extrema direita, e não confiando em alianças com a direita que nos ataca. A luta pela plena liberdade de gênero, pelo aborto legal, seguro e gratuito, pelo livre acesso das pessoas trans às universidades, passa pela organização em cada local de trabalho e estudo independente do governo, contra a extrema direita e os capitalistas que se beneficiam da opressão de gênero para explorar cada vez mais as mulheres, negrxs e LGBTQIA+ para descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias