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Privatização | Enquanto população de Porto Alegre está a 5 dias sem agua e luz, mídia burguesa passa pano para privatização da CEEE e defende Leite e Melo

Os mesmos setores da mídia que defenderam a venda da CEEE-D para o Grupo Equatorial a dois anos e seis meses atrás, hoje se calam sobre a relação direta que existe entre a privatização e a piora dos serviços prestados à população. Sebastião Melo (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) foram cúmplices nessa venda que gerou uma precarização do serviço e hoje mostra sua face mais cruel com mortes no trabalho e nos cinco dias sem água e luz para milhares de moradores de Porto Alegre.

domingo 21 de janeiro | Edição do dia

A mídia burguesa sempre cumpriu um papel muito importante na tentativa de legitimar os ataques contra os trabalhadores e trabalhadoras. Ao darem voz a apenas um lado da questão, tenta criar um consenso artificial que justifique as maiores atrocidades, como foi com todas as privatizações e reformas, como a trabalhista, a da previdência e mais recentemente com o novo arcabouço fiscal de Haddad e Lula-Alckmin.

No Rio Grande do Sul, Correio do Povo, Diário Gaúcho e o Grupo Zero Hora não agem diferente. Este último, maior jornal da região e comandado pela família Sirotsky, os mesmos que elogiaram os escravocratas da Salton, também fizeram um árduo trabalho de defesa da necessidade de privatização da CEEE e de outras empresas públicas como a Corsan, Sulgás e até mesmo o Banrisul. Não por acaso eles dedicam colunas inteiras para falar sobre a ineficiência do serviço público, ao mesmo tempo em que omitem todas as linhas que falem a verdade: que as principais causas para os problemas do serviço público se encontram na falta de investimentos por parte do Estado, o que impossibilita os trabalhadores de realizarem sua função de maneira eficaz, além de sobrecarregá-los e os colocarem em risco. Uma escolha consciente por parte dos governos para que depois se possa vender essas empresas a preços ridículos para que empresários possam encher seus bolsos de dinheiro, como Leite fez com a CEEE e Melo com a Carris.

O resultado dessa política não é nenhuma surpresa: piora nos serviços, aumento das tarifas e mortes no trabalho. Também não é novidade que em momentos mais extremos, como esse onde parte da população de Porto Alegre protesta por estar a dias sem água e luz, esses mesmos grupos que apoiaram a privatização, e os governos que a venderam, agora tentem se desvincular da Equatorial para não terem sua imagem tão prejudicada. Eles estão diante de uma encruzilhada. Por um lado a revolta popular é tão grande e justificada que não é possível negá-la ou ir contra ela. Por outro lado não podem criticar a privatização já que defendem essa política que abre espaço para que os capitalistas aumentem seus lucros às custas da população.

A resposta que a mídia burguesa dá para essa contradição é patética e perversa. Colocam parte da culpa nos eventos climáticos, sem nunca mostrar como o capitalismo cria e aprofunda essa crise climática, e outra parte na gestão do grupo Equatorial. Ao mesmo tempo tentam defender a política de privatização e concedem entrevistas em horário nobre com o presidente da Equatorial para explicar o seu lado , tudo isso sem responsabilizar Melo e Leite por esse absurdo que as famílias trabalhadoras, especialmente as periféricas, tem passado. Leite concretizou a venda da CEEE-D, e Melo, que era deputado na época, votou a favor da venda. Além disso, também sabiam do temporal e não organizaram nenhum tipo de plano para lidar com o evento que já vinha sendo anunciado a dias. A resposta que Leite dá, e que a mídia se faz de cega, surda e muda é a repressão por parte da Polícia Militar contra os protestos legítimos da população.

O Esquerda Diário se propõe a uma tarefa diferente. Nos colocamos ao lado da classe trabalhadora e de todos os setores oprimidos da sociedade contra a ganância capitalista que tem destruído nosso planeta e nos colocado em condições de vida cada vez piores. Justamente por isso defendemos a reestatização da CEEE sob controle dos trabalhadores e da população, assim como a expropriação desses meios privados de comunicação para que também passem para o controle dos trabalhadores, colocando assim a mídia a serviço dos interesses e das lutas da maioria da população.




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