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Justiça racista | Entregador morre em presídio em Palmas 2 dias após absolvição: o estado é responsável!

Briner de César Bitencourt era entregador e tinha apenas 23 anos, mesmo tendo sido absolvido pela justiça no dia 7 de Outubro não havia sido liberado. Como consequência da precária condição oferecida nos presídios Briner estava doente e faleceu pela negligência do Estado e da justiça racista.

Eduardo MáximoEstudante da UnB e bancário na Caixa

quinta-feira 13 de outubro de 2022 | Edição do dia

Briner de César Bitencourt, de apenas 23 anos, era entregador e estava preso há um ano na Unidade Penal de Palmas. A acusação foi feita após a polícia encontrar uma estufa para cultivo de maconha em uma casa. Mesmo com a defesa tendo provado que Briner vivia no mesmo local mas não possuía relação com o crime. Ou seja, Bruno César era inocente, ficou preso por 1 ano injustamente e quando chegou o dia de sair da prisão morreu por conta da negligencia do estado que trata trabalhadores como animais dentro do sistema carcerário.

Segundo a advogada de defesa Lívia Machado Vianna “Ele sublocava um quarto em uma casa. O quarto era na frente, em uma entrada isolada. Dentro da casa tinha mais dois quartos. No quarto do fundo, onde ele não tinha acesso, foram encontradas várias mudas de maconha”.

A advogada conta ainda que durante a prisão dos três presentes no local “Os outros dois falaram que o Briner não tinha participação, que ele não sabia das drogas, mas mesmo assim na audiência de custódia a prisão em flagrante dele foi convertida em preventiva”.

Mesmo tendo sido absolvido na última sexta-feira, dia 7, Briner não havia recebido sua soltura. Durante os últimos 14 dias Briner ficou doente com fortes dores abdominais e alguns dias mal conseguia andar, além de expelir sangue, em nenhum momento entraram em contato com sua família, mostrando a negligência do estado para atender um trabalhador preso injustamente. Sua família e amigos se manifestaram ontem exigindo justiça pela morte de Briner.

Este é apenas mais um caso que escancara o caráter racista da justiça no Brasil que mantém, segundo dados do ano passado, cerca de 32% de presos sem julgamento o que representa 217,7 mil pessoas, uma grande maioria de jovens negros, que por sua vez representam 66,8% da população em detenção, e são submetidos a violência, a superlotação e o descaso do sistema carcerário.

Além disso, a política assassina de “guerra às drogas” estimulada pelo Estado é o que faz com que empresários capitalistas, junto com seus políticos de estimação, lucrem com o sangue negro derramado nas favelas e encarcere centenas de milhares jovens negros, muitos deles presos sem julgamento.

Bolsonaro é responsável pelo discurso racista e assassino que legitima as “operações policiais” que seguem assassinando a juventude negra, inclusive crianças como Agatha, João Pedro, e tantos outros pelo país. E no último domingo, véspera do Dia das Crianças, novamente defendeu a redução da maioridade penal para aumentar a repressão e criminalização da juventude. Assim como o judiciário, representado no STF e apoiados nas forças policiais, também legitimam esse tipo de barbarie contra a populção pobre e negra, mantendo intactas as bases classista e racista do sistema penal.

Somente lutando para que consigamos a legalização de todas as drogas poderemos atacar a “guerra às drogas” e as políticas repressivas e moralistas do Estado capitalista que se aprofundaram muito no governo Bolsonaro.

É preciso defender a legalização de todas as drogas com a produção, fiscalização, controle de qualidade e distribuição estatizadas sob gestão operária e controle popular. Defender a legalização das drogas é parte de impulsionar o combate ao Estado lutando contra a repressão, por um lado, e, por outro, não desvincular a legalização das drogas da necessidade do controle da classe trabalhadora e do povo pobre pelo processo de conjunto, avançando na auto-organização. Além disso, é preciso defender o fim das operações policiais e de todas as polícias, sem nenhuma confiança nessa instituição.

Prestamos toda solidariedade a família e amigos de Briner. Exigimos justiça por sua morte!




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