No sábado, 28, estudante do Instituto de Química da USP de 56 anos morreu por estar infectado pelo coronavírus no Hospital Universitário (HU). É preciso defender o HU, exigindo mais contratação, testes massivos e reabertura de leitos para toda a comunidade da região!
segunda-feira 30 de março de 2020 | Edição do dia
Na noite deste sábado, 28, Verdy Luis Tiburcio, estudante do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de 56 anos, faleceu em decorrência do coronavírus. O estudante estava internado no Hospital Universitário (HU).
O caso de óbito remete às condições atuais na qual se encontra o Hospital Universitário. Para além de não haver contratações emergenciais para suprir toda a demanda de atendimento neste momento, o que evitaria a sobrecarga de trabalho de seus funcionários (que vem denunciando a falta das EPIs, equipamentos de proteção individual, durante o trabalho), vemos que grande parte dos leitos do HU estão fechados.
É absurdo que, num momento tão crítico de crise sanitária e social, a Reitoria siga precarizando as condições de funcionamento de um hospital que poderia colocar todo seu potencial no combate da pandemia e atendimento da população na Zona Oeste, região que concentra 10% dos casos confirmados do Covid-19 no país.
Também é preciso dizer que casos assim só nos relembram a urgência e necessidade de testes massivos para toda a população, incluindo os moradores das comunidades como a São Remo, vizinhas à USP, e também toda a comunidade universitária e os moradores do CRUSP (que há semanas se encontram em condições insalubres em meio à crise pandêmica, com relatos de falta de água em blocos da moradia estudantil). Para que se saiba a real curva de contágio e um combate eficaz do vírus, são necessários testes massivos. Onde estão os (ainda ínfimos) 2 mil testes diários que Doria prometeu?
Nesse momento de crise, é necessário defender o Hospital Universitário para que possa receber todos os recursos necessários para seu pleno funcionamento e atendimento à população. Precisamos defender que os funcionários do Hospital que fazem parte do grupo de risco sejam liberados de suas funções com licença remunerada e que sejam contratados profissionais da saúde para reforçar a equipe do HU. E também para que seja equipado com respiradores e abertura de todos os leitos disponíveis no tratamento de casos graves na UTI.
Defender o HU é lutar para que não haja mais casos como a triste notícia que recebemos ontem, e para que outros estudantes, professores, funcionários e moradores da região não venham a morrer!