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Ataque aos Professores | Governo Tarcísio dá calote no salário dos professores

O governo do Estado de São Paulo, sob a gestão do bolsonarista Tarcísio de Freitas, com seu secretário de educação Renato Feder, tem promovido uma série de ataques sistemáticos aos trabalhadores da educação, culminando agora em um calote multimilionário vergonhoso nos salários dos professores.

quarta-feira 10 de abril | Edição do dia

A negação do pagamento do adicional de local de exercício, um bônus essencial para os educadores que enfrentam as adversidades de lecionar em escolas de difícil acesso, normalmente localizadas nas periferias, distantes do centro, repletas de problemas estruturais e múltiplas carências, é apenas a ponta do iceberg de uma política de desvalorização e precarização da educação pública. São escolas onde os professores já não contam com absolutamente nada, onde o trabalho é difícil de ser realizado a partir dessas condições, agora nem com o próprio salário os professores podem contar, sendo penalizados ainda mais com a supressão de seus direitos.

O cenário é alarmante. Os professores já enfrentam uma luta diária para exercer sua profissão com dignidade, considerando estarem lidando com o assédio, cobranças burocráticas, controle das horas de trabalho, perseguições políticas e demissões em massa. Uma categoria que vem sofrendo uma decomposição salarial, com remuneração há muito tempo defasada, de anos sem reajuste conforme a inflação, sendo privada de aulas e da possibilidade de trabalhar, num momento onde todo o país enfrenta uma alta de preços dos alimentos, dos imóveis, aluguéis e todos os aspectos da vida aparecem mais caros exigindo esforço extenuante e cargas dobradas para a manutenção da própria dignidade.

Ademais, são vítimas da plataformização e digitalização do ensino, políticas que, sob o pretexto de modernização, servem unicamente aos interesses das grandes empresas de tecnologia que tem contrato com o governo, em detrimento da liberdade de cátedra dos professores e da valorização de relações humanas e sociais na escola. O governo de Tarcísio planeja avançar na privatização do ensino público, com parcerias com o governo federal para investimentos do BNDES em escolas privatizadas e um corte de R$ 9 bilhões nas verbas da educação, enquanto anuncia a possibilidade de projetos de escolas cívico-militares nas periferias, intensificando a repressão contra a juventude e as comunidades.

O professorado paulista vê-se agora diante de um governo fortalecido pela política de conciliação da frente ampla de Lula-Alckmin, com suas concessões e pactos, incluindo verbas para privatizações como o Metrô da cidade de São Paulo e a SABESP, que legitima os ataques da extrema-direita contra os trabalhadores. O arcabouço fiscal arquitetado por Fernando Haddad impõe um teto de gastos limitando os investimentos em áreas fundamentais como a educação. Foi responsável por estabelecer um reajuste de 0% aos servidores federais e encoraja os governos estaduais e municipais a impôr o arrocho salarial dos servidores.

Essa relação promíscua, evidenciada pelas privatizações e concessões, pavimenta o caminho para uma série de atrocidades contra nossa classe. Em um cenário onde a segurança pública é comandada por figuras como Capitão Derrite, a polícia se sente à vontade para perpetrar chacinas como a da baixada santista, e agir com brutalidade, sem qualquer receio de reprimenda ou consequências. Da mesma forma, essa relação de cumplicidade permite que Feder, secretário da educação do estado, atue impunemente dando um calote multimilionário nos professores, comprometendo não só a dignidade da profissão, mas também a qualidade da educação pública e ameaçando a própria sobrevivência dos professores. A frente ampla, ao invés de construir uma barreira contra esses abusos, acaba por ser uma facilitadora da extrema-direita no poder, levantando a demanda uma urgente reavaliação da direção da APEOESP e de todas as centrais sindicais ligadas ao governo ao consentirem com uma conciliação desse porte, que tem levado o conjunto da população ao sofrimento com sua paralisia.

Diante desse cenário, é imperativo que a categoria dos professores se organize e mobilize de forma independente dos governos, nas ruas, contra o Novo Ensino Médio, as privatizações e todas as políticas que precarizam a educação e a vida dos trabalhadores. A burocracia da APEOESP, que tem pactuado com esse governo e paralisado a luta dos professores, precisa ser desafiada, como mostraram os professores do Ceará em sua contestação ferrenha contra a burocracia da APEOC, que tentou atropelar a base da categoria em assembleia, sofrendo uma forte oposição que impôs a continuidade da greve e colocou de joelhos a burocracia pelega de seu sindicato, fazendo ecoar por todo país o grito de “não tem arrego”, expressando que ali estavam os herdeiros da melhor tradição da organização da nossa classe. Na subsede da APEOESP de Santo André, dirigida pela oposição combativa, os professores têm dado exemplo ao atuar ativamente pela construção da mobilização de forma independente dos governos, com passagens sistemáticas em escolas, formações políticas e reuniões de representantes, remarcando a importância da luta. Em março os professores municipais também protagonizaram uma forte greve que mostrou a força da nossa classe contra as arbitrariedades e o arrocho do prefeito Nunes.

https://esquerdadiario.com.br/Viva-a-luta-dos-Professores-do-Ceara-contra-o-governo-e-a-burocracia-sindical-Retomar-os-sindicatos

Não podemos permitir que governos reacionários e suas políticas neoliberais destruam o sustento e lancem dezenas de milhares de professores à pobreza. É hora de unir forças, professores, estudantes e comunidade escolar, demonstrando que a categoria dos professores, historicamente combativa, deve se posicionar na vanguarda dessa luta, exigindo a revogação das reformas e derrubando os ataques contra os trabalhadores da educação. Todos à assembleia do dia 26, devemos impor a construção de uma forte greve, a nossa luta deve ser nas ruas!




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