Flavia ValleProfessora, Minas Gerais
terça-feira 14 de novembro de 2017 | Edição do dia
Há dois anos da maior tragédia sócio ambiental do país é tratada pela justiça com os ritmos que querem os empresários e capitalistas envolvidos: a passos lentos para seguir a impunidade.
Isso porque depois da Justiça Federal ter suspendido a ação criminal que acusa a mineradora Samarco, apenas uma nova audiência foi marcada.
A justiça Federal de Ponte Nova, em MInas Gerais, marcou para o dia 27 de novembro uma audiência de organização do processo. O próximo passo do julgamento, porém, pode levar outros anos.
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A justiça acatou parcialmente pedidos da defesa da gigantes da mineração para não serem validadas provas apresentadas pelo Ministério Público, com argumento de que teria havia invasão de privacidade. O cinismo da defesa, que alegou invasão de privacidade de uma empresa bilionária como a Samarco, mostra como a Justiça é uma via da classe dominante impor sua vontade.
Mesmo garantindo todas as liberdades individuais, é revoltante o impedimento do desenrolar como vem fazendo a defesa das empresas com a conivência da justiça. Isso porque a Tragédia em Mariana não foi uma fatalidade e sim um crime em nome do lucro das grandes mineradoras, que apesar de todos os avisos sobre a possibilidade do rompimento da barragem seguiu com sua sede de lucro.
E assim hoje a Samarco apenas lucra em um único mês mais do que a multa que a justiça não quer cobrar da empresa e segue a impunidade sequer o confisco dos bens dos empresários envolvidos.
A impunidade segue, favorecendo os empresários da Vale, Samarco, BHP e VogBr, sendo a justiça a fiel escudeira desses capitalistas.
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