×

Pressão Internacional | Israel e Hamas fecham acordo para trocar presos por reféns e por trégua de 4 dias

Em acordo de troca de reféns de Hamas por presos de Israel, através de pressões internas e pela mobilização internacional, governo israelense anunciou que a guerra recomeça assim que a trégua de quatro dias acabar. Somente a luta do povo palestino, em unidade com os trabalhadores israelenses antissionistas e apoiado na solidariedade internacional, é capaz de barrar a ofensiva histórica de Israel, não somente pelo cessar fogo temporário, mas pela imediata retirada de tropas israelenses do território palestino.

quarta-feira 22 de novembro de 2023 | Edição do dia

FOTO: Lisa Nessan / Flickr (Protesto em Hebron, na Cisjordânia, no Dia Internacional de Solidariedade a Presos Políticos Palestinos, em 2005)

Nesta terça-feira (21) foi formalizado um acordo para libertação de presos de Israel e reféns do Hamas, após semanas de negociações em Doha, no Qatar – país que tem tentado se alavancar como “mediador” do conflito em aliança estreita com os EUA. A expectativa é que o tratado se cumpra nesta quinta-feira (23), quando também está previsto um cessar-fogo de quatro dias. Porém, o governo israelense anunciou que a guerra recomeça assim que a trégua de quatro dias acabar.

O governo de Israel divulgou nesta quarta-feira (22) uma lista com 300 nomes de prisioneiros “aptos” a serem trocados pelos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, que por sua vez, previu a soltura de 50 reféns dos 236 registrados. A lista de prisioneiros de Israel é em maioria de palestinos menores de 18 anos presos sob a acusação de “tumultos” ou por lançarem pedras contra policiais israelenses fortemente armados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, segundo o jornal The Times of Israel.

As negociações para essa troca, por parte de Israel, vem da imensa pressão internacional expressa nas ruas, sindicatos, universidades e movimentos sociais de diferentes países pelo fim dos intensos bombardeios na Faixa de Gaza e em defesa da Palestina, além das manifestações internas contra o reacionário governo de Binyamin Netanyahu pela soltura das vítimas do conflito. Ainda, há o interesse eleitoral de Joe Biden em repatriar os reféns americanos, pois também se enfrenta com manifestações e iniciativas no coração do principal país imperialista apoiador de Israel, e inclusive dentro do próprio governo em exigência ao cessar-fogo.

Já da parte do Hamas, há também o interesse de manter a proteção que recebe de alguns países árabes e do próprio Qatar. O editorial deste jornal não defende a estratégia patriarcal e teocrática de Hamas para a luta por uma Palestina livre, operária e socialista, e nem por isso recai na tentativa precária de equiparar os ataques de Israel à Palestina com os feitos pelo grupo. Além do interesse político, a negociação do Hamas também se dá em base a uma necessidade de recuo frente a ofensiva israelense que já deixou mais de 14 mil mortos na Faixa de Gaza em resposta aos ataques de 7 de outubro que matou 1.200 pessoas em solo israelense.

Somente a auto-organização do povo palestino, em unidade com os trabalhadores israelenses antissionistas e apoiado na solidariedade internacional é capaz de barrar a ofensiva histórica de Israel, não somente pelo cessar fogo temporário, mas pela imediata retirada de tropas israelenses do território palestino. Para isso, se faz necessária a massificação das mobilizações internacionalmente, com as direções sindicais e estudantis impulsionando atos unificados, debates e ações que pautem a ruptura imediata de cada governo e universidade com o Estado de Israel.

No Brasil, em que a repressão policial usa treinamentos de guerra do exército israelense, armas e caveirões para reprimir o povo negro e trabalhador nas periferias, também a luta negra contra o colonialismo, o imperialismo, o apartheid e o racismo hoje precisa tomar projeção com o grito em defesa do povo palestino e pela exigência ao governo Lula-Alckmin pela imediata ruptura das relações do Brasil com Israel.

Veja também: Tomar as ruas no dia 29 em solidariedade ao povo palestino e pela ruptura das relações entre Brasil e Israel




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias