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Crise política | Mais de 40 manifestantes assassinados pela repressão no primeiro mês de governo golpista no Peru

Dina Boluarte chegou à presidência em 7 de dezembro, depois do golpe institucional. Em 30 dias, seu governo ordenou a repressão e já deixou mais de um manifestante assassinado por dia.

quarta-feira 11 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Nessa segunda-ferira a brutal repressão em Juliaca, em Puno no sul do país, contra as manifestações em oposição ao governo golpista de Dina Boluarte aumentou o número de manifestantes assassinados pela polícia e o exército para mais de 40 pessoas.

Ao menos 17 manifestantes morreram pela repressão em Juliaca nos protestos próximo ao aeroporto da cidade, aumentando o número de mortos desde o dia 11 de dezembro em todo país. “ Registramos 17 pessoas mortas em Juliaca e um devido aos bloqueios de vias em Chucuito” escreveu no Twitter a Defensoria do Povo.

O atual governo de Dina Boluarte, fruto do golpe institucional contra o presidente Pedro Castilho, em 7 de dezembro de 2022, chega pouco mais de um mês de mandato, 34 dias no dia de hoje. A simples comparação dos dias de governo golpista com a número de manifestantes mortos é um número brutal: mais de um manifestante por dia foi assassinado pela repressão.

O governo golpista confirma sua política de “mão firme” contra os manifestantes e, longe de pensar em renunciar, o que vem fazendo o Executivo é fortalecer sua relação com os setores das forças armadas e policiais, além de buscar fortalecer seus vínculos com os grandes empresários, com os setores da direita e extrema-direita. É nesses setores reacionários que sustentam fundamentalmente o governo de Boluarte, junto a eles, e com a repressão aberta aos manifestantes

As ações do Executivo peruano estão longe de “reconciliar o país”, como pediu o presidente Lula, que havia expressado seu apoio ao novo governo. Também muito longe de um “marco do fortalecimento da democracia” como chegou a dizer o presidente Alberto Fernández em um telefonema com a presidente Dina Boluarte, ainda que o presidente argentino com o golpe consumado e Pedro Castillo preso deu um giro tardio e assinou uma declaração junto ao México, Bolivia e Colombia, para lavar sua cara frente ao papelão de ter apoiado abertamente o governo golpista.

O objetivo do governo de Dina Boluarte de silenciar o crescente descontentamento com o Executivo e as principais forças políticas do Congresso, sobre tudo nas regiões mais podres do interior país, para manter as políticas anti-operárias e anti-populares, que durante o governo de Pedro Castillo não foram modificadas, construídas durante todo o ciclo neoliberal inaugurado pelo golpe de Fujimori.

Essas medidas tem garantido que os empresários continuem aumentando suas fortunas, enquanto a maioria vive na precariedade. No segundo trimestre de 2022 o trabalho informal bateu recorde com uma taxa de 9.7 milhões de trabalhadores nessas condições. Segundo a ONU, 51% da população vive em situação de insegurança alimentar e que 20% desse grupo sofre de insegurança alimentar aguda.

Por isso, a luta para enfrentar o governo direitista e repressor de Boluarte tem que estar relacionada com a luta por impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que nos permita passar por cima desse regime assassino herdado desde 93 pelo governo ditatorial de Alberto Fujimori.

Link do texto original:
https://www.laizquierdadiario.com/Mas-de-40-manifestantes-asesinados-por-la-represion-en-el-primer-mes-de-gobierno-golpista-en-Peru




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