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Racismo | O alvo principal da prisão por tráfico sem investigação em SP é o povo negro

Segundo os dados da pesquisa Liberdade Negra Sob Suspeita: Pacto da Guerra às Drogas no Estado de São Paulo, o povo negro correspondem a 56% das pessoas detidas por tráfico pela polícia em patrulhamento e a 52% daqueles presos pelo mesmo crime a partir de denúncias anônimas. 63% dos detidos em operações policiais que demandam investigação prévia e autorização da Justiça por meio de mandados judiciais são brancos, deixando claro que a violência e assassinatos proporcionados pelo braço armado do Estado é direcionado a periferia negra, oprimindo e destruindo a juventude e trabalhadores negros que vivem em condições precárias impostas por governantes conciliadores e metodologias capitalistas que visam potencializar a carestia de vida dos menos favorecidos.

quinta-feira 30 de novembro de 2023 | Edição do dia

Nesta quinta-feira (23/11) foi divulgado estudo realizado por uma parceria entre Iniciativa Negra por Uma nova Política Sobre Drogas e Rede Reforma, com apoio do Núcleo Especializado de Situação Carcerária (Nesc) da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. O objetivo foi traçar o perfil dos presos por tráfico de drogas com base na lei 11.343, sancionada no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006, o mesmo que hoje em meio a governabilidade Lula-Alckmin tem como conquista a “desestatização do sistema prisional”, que nada mais é do que a privatização dos presídios em parcerias com Governos Estaduais através de Parcerias Público Privadas, levando à exploração da mão de obra dos presos como bem entenderem gerando ainda mais lucros patronais nos presídios privatizados, copiando descaradamente o sistema norte-americano que é fortemente atacado pelo movimento negro e intelectuais.

Os dados da pesquisa acabam desmentindo o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, que em entrevista ao programa Viva, da TV cultura, em abril, negou que às abordagens dos policiais são embasadas na cor da pele e fez sugestão que os negros são o principal alvo de ações violentas policiais porque cometem mais crimes.

“Se, dentro do número de criminosos detidos pela polícia ou que acabam, lamentavelmente, entrando em confronto com a polícia, a maior parte deles pertence a um… não sei como posso falar… determinado grupo, como maneira correta de falar, isso foge da alçada da polícia”, afirmou na época.

Em um país onde a cada 10 mortos pela polícia 8 são negros é repugnante ter conhecimento de tais declarações de Derrite que a atuação assassina da polícia é totalmente compreensível, sendo embasada apenas pela criminalidade cometida pelo povo negro, expressando seu racismo odioso e sua essência policial. Vale ressaltar que este que ocupa a Secretaria de Segurança de Sp além de Capitão da Pm, foi oficial da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) atuando entre 2010 e 2013, justamente em um período especificamente sangrento desse grupo de assassinos fardados e mascarados conhecidos por suas chacinas com dezenas de vítimas assassinadas durante os turbulentos anos de guerra entre a PM e o PCC, deixando claro que Derrite nada mais é do que um legitimador da violência policial mascarado com um discurso de controle e atuação pacifica. Derrite que legitima a atuação violenta da polícia é o mesmo que se reúne com Tarcísio de Freitas governador eleito que já vem mostrando seus planos em diversos ataques contra nossa classe colocando a crise capitalistas para os trabalhadores pagarem.

A pesquisa analisou os números e as motivações alegadas para o encarceramento em 114 processos judiciais extraídos da base de dados do Tribunal de Justiça de São Paulo. Com base em depoimentos policiais militares, foi possível traçar quatro principais motivações alegadas, sendo elas: Atitudes suspeita, pessoa já conhecida dos meios policiais, local da prisão conhecido como ponto de venda de drogas e denúncias anônimas. A coordenadora da Rede Reforma, Gabriella Arima, explica que a diferença entre os presos nas abordagens ajuda a descortinar um racismo presente na atuação policial. Ela aponta que as operações policiais, que prendem mais brancos, se baseiam em um mínimo de aparato investigativo, o que não ocorre nos patrulhamentos ostensivos. 

Estamos falando de prisões feitas em sua maioria a partir do patrulhamento preventivo-ostensivo de rotina. Basicamente, os policiais, nesse modelo punitivista e ostensivo que nós temos nas polícias do Brasil, ficam na rua caçando quem prender”, comenta Gabriella. 

Em julho deste ano segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 6.430 pessoas morreram vítimas de policiais, chegando a um número de 17 pessoas por dia ao longo de 2022. Toda argumentação da policia em se retratar sobre os motivos que os levam a abordagens violentas não passa de uma falácia, bem sabemos que a polícia brasileira é a mais violenta, a que mais atua pra matar nas ruas de São Paulo e outros estados, se direcionando com sede de sangue ao povo negro e pobre nas periferias, não podemos aceitar que os nossos sejam alvejados por balas fornecidas para nos matar e que sigam impunes legitimados por Tarsísio e Derrite, legitimados pela governabilidade Lula-Alkimin e atuação do Judiciário racista.

É preciso rechaçar a atuação policial no Brasil, nenhuma política burguesa de segurança vai estar a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre e oprimido, em cidades em que a totalidade dos mortos pela polícia são negras e negros, é preciso unificar nossas forças e lutar contra o sistema capitalista que utiliza o racismo para aumentar seus lucros.

Nesta batalha, lutamos por arrancar todas nossas demandas, que passa pela luta pelo fim das operações policiais e o fim das polícias e que os movimentos sociais, centrais sindicais sejam também nossos instrumentos de luta na batalha contra as opressões exigindo justiça pelos mortos pelas mãos do Estado e sua polícia. É preciso que todo ódio e indignação seja transformado em luta organizada contra a violência policial.




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