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Especial de fim de ano | Para o próximo ano, lutemos pelo pão e também pelas rosas

quinta-feira 21 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Foto da mobilização na Argentina que tomou a praça do Congresso Nacional contra Milei

Durante mais um ano vimos escancarada a miséria que o capitalismo tem a nos oferecer, ao mesmo tempo foi um ano em que a classe trabalhadora se colocou em movimento internacionalmente desde a Europa até os EUAs. No Brasil tivemos fortes lutas levadas a frente pelos estudantes das universidades estaduais contra a precarização, como as greves na USP, Unicamp, etc. Esses mesmos estudantes estavam junto com os metroviários, Sabesp e CPTM na linha de frente para defender os serviços públicos em benefício de toda a população, se enfrentando com as privatizações do asqueroso Tarcisio. Na França, nossos companheiros se enfrentaram contra a reacionária reforma da previdência de Macron ao lado de um forte batalhão de trabalhadores e imigrantes que se recusam a trabalhar até morrer, fazendo grandes greves aderidas por amplos setores. Na Argentina nossos companheiros estiveram durante o ano nas ruas com o povo de Jujuy contra a reforma constitucional de Morales pela disputa do lítio nas terras indígenas, por último, se enfrentaram nas eleições presidenciais contra a extrema direita de Milei e Bullrich, como também o governo de ajustes do peronismo, dando a classe trabalhadora Argentina um projeto de governo de trabalhadores, contra os ajustes econômicos e o FMI.

Frente essas questões, a solução não pode ser a confiança em uma frente ampla, como o governo Lula alckmin no Brasil. O que vemos desse governo é não somente a manutenção da herança dos cortes do golpista Temer e do odioso Bolsonaro como a reforma da previdência, trabalhista, marco temporal e o NEM, mas também a criação de cortes e ajustes propostos pelo próprio governo, como o arcabouço fiscal que se compromete com o pagamento de uma Dívida Pública para os grandes bancos na base dos cortes orçamentários. Como se não bastasse, nem mesmo a propaganda que ajudou a eleger essa coalizão é cumprida, a promessa de derrotar a extrema direita nunca foi o plano desse governo que cede cargos e ministérios para a direita, o que fez com que o ministro da agricultura indicado por lula, Carlos Fávaro, votasse contra o veto do presidente ao marco temporal, evidenciando como é a conciliação de classes que abre espaço para a extrema direita, exigindo a construção de um partido revolucionário, independente dos governos para se enfrentar com todo e qualquer ajuste e ataque com toda intransigência necessária.

Não são novidades os momentos em que os explorados e oprimidos se levantam contra a miséria do possível e levantam-se contra seus algozes. Vimos nos últimos anos no Chile, mas também no Peru durante esse ano de 2023, os povos originários, estudantes e camponeses recusarem a passividade e se enfrentarem intransigentemente contra o golpe parlamentar que colocou Dina Boluarte no governo, deixando um saldo de mais de 60 assassinatos políticos na repressão à mobilização dos peruanos. Esses processos nos deixam profundas lições, como a construção de um partido revolucionário que levante uma política independente dos patrões e governos, conquistando a aliança de todos os setores oprimidos contra os senhores do capitalismo.

Isso é importante porque o mundo que sonhamos não está no futuro, mas sim no agora, ele só pode existir se for construído diariamente por trabalhadores, estudantes, mulheres, negros, LGBTQIAP+, PCDs, batalhões engajados e combativos de revolucionários que se propõe a atuar para que esse mundo venha a existir. Temos a consciência de que essa tarefa não é fácil, tampouco breve, mas nem todo chantilly, doces, conseguem disfarçar a miséria que o capitalismo tenta nos vender, principalmente na época das festas. Não é novidade que todes sentimos as marcas da exploração da sociedade capitalista nos nossos anos de juventude, em meio a tristeza e indiferença os nossos desejos de felicidade ficam cada vez mais distantes, às vezes tão distantes que paramos de sonhar no que poderia ser viver uma vida livre de toda exploração. Ainda assim, encontramos momentos de felicidade, como recentemente quando estivemos ao lados dos trabalhadores cantando, pulando e aprendendo e, apesar de todas as mazelas que nos brinda o capitalismo, sonhando com outro sentido em uma sociedade livre dos limites e dos grilhões que nos aprisionam hoje.

Esse sistema imundo nos tira a possibilidade de viver em harmonia com o que a natureza de nosso planeta nos reserva, o que vemos é a maioria da população, os trabalhadores, serem os únicos a sentir na pele a devastação ambiental que causa os 1% de parasitas bilionários do planeta. Recentemente vimos em Maceió o que a gana por lucros de uma mineradora pode fazer, como foi em Brumadinho e Mariana em Minas Gerais com a Vale, a Braskem devastou a vida de famílias nordestinas. Então, contra a exploração predatória, que os capitalistas paguem pela crise.

Acabemos essa ano prestando nossa mais ativa solidariedade a luta do povo palestino que, mesmo em um regime cruel de apartheid pelo assassino estado de Israel, nunca abandonou a resistência e segue resistindo contra a sanha dos lucros imperialistas que financiam Israel. É se inspirando na força desse povo que imaginamos um novo mundo, que seja construído por todos esses setores oprimidos e explorados pelo capitalismo. Um mundo livre de todas as opressões, sem exploração, livres do capital. Para o próximo ano, lutemos pelo pão, mas também as rosas.




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