×

PM em SP | Polícia de Tarcísio brutaliza jovens, negros e indígenas

quarta-feira 14 de junho de 2023 | Edição do dia

É estarrecedor que numa única semana a PM de Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite seja capaz de efetuar tantas atrocidades. No marco de que as mortes cometidas por policiais aumentaram 25% apenas no primeiro bimestre, a polícia de SP, legitimada por um Capitão que diz que os bons policiais devem ter ao menos 3 homicídios no currículo, agora ensaia um retorno aos porões da ditadura ao amarrar um negro em situação de rua e o carregar pelas mãos e pés como seus predecessores faziam com o pau-de-arara.

Na mesma semana um estudante negro foi agredido e humilhado por dois policiais dentro de uma escola em Perus, fruto da presença cada vez maior da polícia militar no cotidiano das escolas, atuando para despejar sua truculência nos estudantes secundaristas, como ocorreu com esse jovem, e como está ocorrendo com tantos outros casos, obedecendo à nova política do estado de implementar de qualquer maneira a interferência militar nas escolas, casos que por vezes são abafados por gestões autoritárias que se satisfazem em replicar a lógica disciplinar da extrema-direita ao resolver problemas comportamentais com a violência policial. E antes de terminarmos a semana pudemos observar ainda essa polícia de SP atuando para reprimir brutalmente as manifestações dos povos originários contra o absurdo Marco Temporal na rodovia Bandeirantes, impedindo os povos que foram e são historicamente oprimidos e exterminados de protestarem numa rodovia que leva o nome dos seus algozes do passado.

A polícia ganhou de Tarcísio de Freitas uma condecoração por sua escalada de assassinatos, um aumento salarial de 20% para sacramentar de uma vez que é esse tipo de atitude que a extrema-direita espera, uma polícia que assassina a juventude negra pobre e periférica, as minorias indígenas e os precarizados da sociedade indiscriminadamente sabendo que será recompensada por isso. Enquanto isso, o professorado agoniza com um contingente de 96 mil contratados sem estabilidade diante de um concurso público totalmente farsesco com apenas 15 mil vagas, um governador junto a um secretário que planejam um corte orçamentário de mais de 16% na educação, já acelerando o fechamento de 400 salas de aula somente no primeiro semestre de governo, e ao mesmo tempo que sanciona reajuste salarial para os policiais, também anuncia pacotes de melhoria para a polícia militar de SP. Mais condições para a polícia reprimir a juventude e menos condições de trabalho para o professorado mostra que o projeto político da extrema-direita para o estado de SP é racista e desumanizador.

A cena de tortura de um homem negro sendo levado amarrado por dois policiais é a prova de que a polícia militar é o órgão de repressão e extermínio em que a extrema-direita mais confia para executar seu projeto de sociedade que exprime toda a lugubridade herdada em forma de inspiração dos regimes nazi-fascistas e que tem por finalidade a desumanização dos oprimidos através da intimidação, da desmoralização, do desaparecimento e do genocídio. A repressão policial nas escolas é mais uma forma de a polícia mostrar que não vai permitir à juventude a contestação de qualquer ordem, nem mesmo no seu local de formação, expurgando qualquer noção de pertencimento que os jovens possam ter nas escolas. Uma lógica tão concreta que a extrema direita associada à velha política do PSDB para a educação, também se tornou responsável pelos ataques que aconteceram nos últimos anos dentro das escolas, que culminaram no assassinato da professora Elizabeth da escola Thomazia Montoro em SP e os assassinatos bárbaros na creche Cantinho Bom Pastor em Blumenau (SC), veio atuando para intensificar a entrada da polícia nas escolas de todo país.

Tais horrores perpetrados pela polícia de Tarcísio em uma única semana são tão indefensáveis sob qualquer perspectiva, que nem mesmo a mídia burguesa, acostumada a passar pano e relativizar a violência do estado ao mesmo tempo em que criminaliza a juventude, os moradores de rua e as minorias perseguidas, nem mesmo essa mídia conseguiu se silenciar diante da prática de opressões tão odiosas.

A política de guerra às drogas, que será ainda mais explorada neste governo, também é só mais uma justificativa para a repressão e extermínio da juventude periférica e um pretexto para o fortalecimento do aparato policial repressivo.

Mas vale citar que o PT fez parte de aprovar o aumento salarial das polícias civil e militar, votando a favor do PLC 75/2023, dando ainda mais condições para que se intensifique a repressão à juventude, negros, LGBTQIAP+ e povos indígenas, ou seja, mais uma politica dessa Frente Ampla em que o próprio PSOL vem atuando, que abre cada vez mais caminho pro fortalecimento da extrema direta ao invés de combate-la. É urgente que os professores, estudantes e comunidade escolar se unifiquem para expulsar a polícia militar das escolas, e que atuemos para deslegitimar a atuação da polícia militar em todas as situações de abusos, denunciando imparavelmente seus assassinatos, agressões, injustiças e contradições, para empreender uma luta pela extinção desse órgão cuja histórica repressão carrega nas mãos e nas pontas dos fuzis o sangue da classe trabalhadora.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias