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Tragédia anunciada: novo ciclone deixa ao menos 30 mortos e milhares de desabrigados no RS

Novamente ciclone extratropical, que já se tornou frequente no Rio Grande do Sul, deixa inúmeras vítimas nas cidades do interior. Foi confirmado até agora 31 mortos e 4.634 desalojados e desabrigados pelas fortes chuvas e rajadas de vento que destelharam e inundaram casas, além de formarem enchentes próximas ao rio Taquari. É um absurdo que mais uma tragédia dessa ocorra no Estado, enquanto o governo lava suas mãos e segue uma política neoliberal de privatizações e precarização da vida da população.

quarta-feira 6 de setembro de 2023 | Edição do dia

Foto: Michel Sanderi / Prefeitura de Passo Fundo / CP

Foram pelo menos 51 cidades atingidas no Rio Grande do Sul, especialmente as da região do Vale do Taquari. As cenas são desoladoras: correnteza de água nas ruas destruindo carros e casas, pessoas subindo nos telhados de suas casas para escapar da inundação, chuva destruindo pontes e derrubando árvores. Esse novo ciclone é o terceiro no estado ocorridos nos últimos 3 meses e supera, em níveis de mortes, o ciclone que ocorreu em Julho, que afetou principalmente a região metropolitana de Porto Alegre, deixando 16 mortos e milhares desabrigados.

O que esses ciclones têm em comum é o fato de atingirem principalmente regiões com menos infraestrutura, como vilas e comunidades, principalmente nas regiões afastadas da capital. Em Mato Castelhano, um homem morreu após a caminhonete em que ele estava ser levada pela correnteza de água, em Passo Fundo, um homem morreu após ter sido eletrocutado com um cabo rompido durante o temporal, da mesma forma como vitimou um homem em Estrela.

O ciclone extratropical se caracteriza por ser uma área de menor pressão atmosférica em relação ao ambiente do seu entorno, por isso, fenômenos que provocam o aumento da temperatura das águas do oceano como o El Niño ou o aumento das temperaturas pelo aquecimento global podem aumentar a formação de tais eventos. Dessa forma, esses ciclones ocasionam a formação de nuvens, chuvas, ventos fortes e queda na temperatura por onde passam.

Esses eventos possuem um potencial tão catastrófico justamente porque atingem regiões mais vulneráveis, com baixa estrutura, o que evidencia a responsabilidade do estado e desse sistema capitalista que empurra os trabalhadores, sobretudo os mais empobrecidos para viver sob condições precárias, ficando vulneráveis a enchentes, chuvas e ciclones. São justamente as famílias trabalhadoras que tem todos seus pertences destruídos pela chuva, que veem a vida de seus amigos e parentes sendo levadas por conta da irracionalidade desse sistema desigual, o qual os governadores, como Eduardo Leite, são cúmplices, ao saberem das condições precárias de moradia vulneráveis a eventos climáticos como esse, e lavarem suas mãos enquanto pioram a vida da população, como no caso do atual governo que avança na terceirização e precarização do SAMU.

Nós do esquerda diário nos solidarizamos com os familiares e amigos das vítimas e dizemos: é necessário prestar toda a assistência às vítimas dos ciclones, com o Estado prestando indenização a todos os atingidos, bem como lutar por uma reforma urbana radical em todas as cidades, fornecendo a infraestrutura adequada a todos. Frente a esse cenário absurdo, é preciso combater esse sistema irracional que produz a degradação da natureza e das condições de vida e que tornam esses eventos climáticos cada vez mais frequentes. Não é um desastre natural, é o capitalismo.




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