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28N contra as privatizações | Apenas ato não basta! O SINPEEM precisa convocar paralisação e unificar na luta contra as privatizações.

Para o próximo dia 28 está sendo chamado uma greve unificada contra as privatizações de Tarcísio em São Paulo unificando trabalhadores do Metrô, CPTM, Sabesp e APEOESP, além de outras entidades que chamam ato nesse dia. Mas é escandaloso como apenas agora, a menos de uma semana, o SINPEEM, junto do SEDIN e do SINESP façam um chamado tímido para ato, mas sem convocar paralisação e nem assembleia. É urgente construir desde as bases o dia 28, chamando assembleia e paralisação para que nossa categoria seja parte efetiva nessa luta.

sexta-feira 24 de novembro de 2023 | Edição do dia

A população da cidade e do estado de São Paulo está sob pesados ataques do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), não basta todo o sucateamento dos serviços públicos como a saúde e a educação, que sentimos todos os dias na pele, o governador está numa ofensiva brutal contra a população e os servidores públicos para privatizar o Metrô, a CPTM e a Sabesp. Os trabalhadores desses setores vêm se enfrentando contra e protagonizaram um greve em 03/10 que parou a cidade de São Paulo. Tarcísio escalou as agressões contra a população e os trabalhadores demitindo metroviários, punindo aqueles que estão na luta para deixar bem claro seu compromisso com os capitalistas e empresários. Afinal de contas esses últimos são os únicos a se beneficiar das privatizações, pois a população sente na pele o que significa privatização: Serviços públicos sucateados e precários de um lado e mais terceirização e precarização para os trabalhadores desses serviços.

Nos últimos meses, inclusive, os efeitos das privatizações ficaram ainda mais claros com as sucessivas falhas e “problemas” técnicos nas linhas da CPTM que são controladas pela Via Mobilidade e especialmente com a ENEL que deixou milhares de famílias na cidade de São Paulo e região metropolitana sem energia elétrica, não por horas, mas por dias! Mas justamente quem mais foi atingido são as famílias e setores da população trabalhadora mais precarizados, ou seja os negros, nossos alunos que não tiveram aula, professores, famílias inteiras que perderam comida na geladeira, e alguns ainda ficaram com falta de acesso a água em meio a uma onda de calor. O caso da Enel, uma empresa que recentemente demitiu mais de 30% de seus funcionários para aumentar seu lucro, mostra muito bem quem é afetado pelas privatizações.

Mas é importante dizer que Tarcisio não está sozinho, muito pelo contrário, aqui na cidade de São Paulo o prefeito bolsonarista, Ricardo Nunes (MDB), é seu parceiro na privatização da Sabesp, mas também o governo Lula-alckmin que está privatizando linhas de metrô em Belo Horizonte e Recife, mas também é preciso dizer que o Arcabouço-Fiscal de Haddad dá sustentação para os planos privatistas de Tarcísio. Sem contar que, e isso não é pouco, o Republicanos de Tarcísio acabou de ser integrado na base da Câmara do governo do PT. Ou seja, o partido de Tarcísio agora é da base aliada do governo, alguém tem dúvidas de que isso apenas o fortalece e a todo seu campo, a extrema-direita?

Então não resta dúvidas de que a luta contra as privatizações não é uma luta apenas das categorias diretamente afetadas, mas de todos os trabalhadores ao lado da população. Por isso mesmo é absurdo que a direção do SINPEEM tenha demorado tanto para se somar aos chamados do dia 28, mas agora que o fez, sequer está fazendo qualquer coisa para mobilizar nossa categoria de fato e, muito menos, expressa intenção de construir uma paralisação nesse dia para que nossa categoria seja parte ativa nessa luta!

O caminho contra as privatizações e contra todos os ataques, inclusive os que sofremos na educação, como o ataque ao direito às férias condenando os trabalhadores que adoecem, é o que vimos no dia 3 de outubro, com a greve do Metrô, CPTM e Sabesp. Mas é preciso avançar nisso, unificando mais categorias como nós educadores municipais e pela base, junto das comunidades escolares e da população. Afinal de contas, golpear conjuntamente Tarcísio é também golpear um de seus principais aliados, Nunes, que rumo a 2024 está cada vez mais colocado no bolsonarismo para implementar seus ataques a nível municipal, como estamos vendo esse ano com a imposição do São Paulo Integral. Mas é fundamental frisar que não podemos confiar na pressão parlamentar, ou nas instituições burguesas, como setores da esquerda nas direções de nosso sindicato e que hoje são inclusive parte do governo Lula-Alckmim como o PSOL sempre direcionam nosso foco.

A forma como a direção de Claudio Fonseca e as demais direções municipais, antes organizadas no Fórum das Entidades Sindicais e atualmente na COEDUC (Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação Municipal) - a mais nova organização das cúpulas para desmobilizar as bases - atuam para separar nossa categoria não se diferenciam da forma como as direções das grandes centrais sindicais como a CTB e a CUT - à qual nosso sindicato é filiado, atuam. Não basta falar em ato unificado mas na prática atuar para separar a base das categorias, sem chamar paralisação para verdadeiramente unificar as assembleias com toda democracia para que as bases das categorias possam falar. Há menos de um mês saímos do congresso do SINPEEM, mas pela condução burocrática, sequer foi possível discutir de fato um plano de lutas que apontasse para a necessidade de organizarmos nossa luta em unidade com outras categorias contra os ataques. E diga-se de passagem um congresso marcado por uma mesa de abertura que contou com a participação de diversos representantes sindicais e até do Boulos. Mas o que vimos ali é a unidade para esperar até 2024. E esperar até 2024 é tudo o que não precisamos, os ataques estão acontecendo agora! A unidade que precisamos é unidade dos trabalhadores de diversas categorias para lutar já contra as privatizações e os ataques!

É urgente que o SINPEEM convoque e construa de fato o dia 28 para que nossa categoria possa ser de fato parte na luta contra as privatizações de Tarcísio, mas também contra os ataques de Nunes e do governo Lula-Alckmin. Se houvesse a disposição por parte da direção majoritária o SINPEEM poderia já ter antecipado a reunião de representantes escolares como forma de construir esse dia. É fundamental convocar, e construir em cada escola, uma paralisação para o dia 28 com assembleia e que desde já com o compromisso de batalhar pelo direito a reposição, garantindo que nossa categoria tenha condições de aderir a luta unificada com Metrô, CPTM, Sabesp e demais setores.

Nós do Movimento Nossa Classe atuando em várias categorias junto com estudantes da Faísca Revolucionária escrevemos essa declaração com 7 propostas para fortalecer nossa luta contra as privatizações de Tarcísio e os ataques:

Declaração do Nossa Classe rumo à greve unificada contra Tarcísio e as privatizações




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