×

Crise na Ucrânia | Após anunciar "invasão russa iminente" na Ucrânia, Biden conversará com Putin

Os Estados Unidos mobilizam mais tropas para a Polônia e pedem a seus cidadãos que deixem a Ucrânia. Neste sábado haverá um contato entre o presidente dos EUA e o presidente russo.

sábado 12 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente russo, Vladimir Putin, irão falar neste sábado sobre a situação na Ucrânia, segundo o que um funcionário da Casa Branca disse a diferentes agências de notícias.

A novidade foi divulgada após um dia de fortes declarações do presidente dos EUA contra a Rússia e o aumento das tensões que isso trouxe. O contato será a primeira conversa direta entre os dois líderes desde 30 de dezembro, quando Biden e Putin mostraram suas diferenças sobre a Ucrânia.

O presidente Biden garantiu a representantes da França, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Polônia e Itália, além do presidente da Comissão Europeia e do secretário-geral da OTAN, segundo o jornal The Guardian, que a Rússia estava prestes a “invadir a Ucrânia”.

Então, da Casa Branca, o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan assegurou que: "A ameaça é forte o suficiente para que este seja o momento de sair" da Ucrânia. Após essa declaração, o governo dos EUA pediu aos americanos que vivem na Ucrânia que deixem o país nas próximas 48 horas, atiçando a ideia de uma guerra "iminente".

Outros países, como Reino Unido, Dinamarca, Noruega, Estônia, Letônia, Holanda, Japão e Coreia do Sul, seguiram o pedido dos Estados Unidos, pedindo aos seus nacionais que deixem a Ucrânia com urgência. A União Europeia, por sua vez, restringiu o pedido de evacuação ao seu pessoal diplomático não essencial.

Isso aconteceu enquanto o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, deu a ordem para enviar 3.000 soldados adicionais na Polônia, de modo que já existem 6.000 soldados daquele país no flanco leste da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Europa.

As declarações e ações do governo dos EUA ocorrem depois que os exércitos da Rússia e da Bielorrússia começaram a realizar exercícios militares que durarão 10 dias.

A Rússia iniciou nesta quinta-feira os exercícios militares denominados "Determinação Aliada-2022" que planeja em Brest, região da Bielorrússia que faz fronteira com a Ucrânia e a Polônia. Anteriormente, o governo russo havia mobilizado cerca de 30 mil soldados, forças especiais, sistemas antiaéreos S-400 (com alcance de 400 quilômetros) para a Bielorrússia para os exercícios conjuntos.

Do Ministério da Defesa russo, eles apontaram que os exercícios militares entre Moscou e Minsk "são desenvolvidos com o objetivo de preparar para parar e repelir a agressão estrangeira como parte de uma operação defensiva".

A troca de acusações nas últimas semanas se intensificou novamente e o presidente Biden está atiçando a iminência de uma invasão russa, buscando se mostrar como o chefe de uma frente imperialista da OTAN contra a Rússia. Não é por acaso que essas declarações vêm após a visita do presidente francês Emmanuel Macron a Putin.

A situação continua se movendo através de um equilíbrio tênue. Os Estados Unidos e seus aliados europeus procuram encurralar o governo russo, mas tentando evitar ser os que desencadeiam os confrontos bélicos.

Por sua vez, o governo russo está tentando conter o expansionismo da OTAN sobre o que a Rússia considera sua zona de influência. Mas também faz parte da tentativa de Putin de aumentar a influência da Rússia nas repúblicas da ex-URSS e impedir qualquer movimento desestabilizador que venha deles, que compartilham com a Rússia o mesmo tipo de regime antidemocrático.

A abertura de um canal diplomático com a ligação neste sábado pode servir para esfriar momentaneamente a situação, além de mostrar o presidente Biden como o responsável por realizar qualquer negociação com seu colega russo, Putin.

Isso não nega situações inesperadas que poderiam intensificar a situação, que no momento é apenas uma questão de manobras de pressão, mas pode se transformar em um confronto militar.

Pode lhe interessar: Declaração: Abaixo a escalada militarista dos Estados Unidos e da OTAN no Leste da Europa! Nem intervenção imperialista, nem ingerência militar russa na Ucrânia!

Contra a interferência econômica e política dos EUA e da UE na região, é necessário lutar contra a escalada imperialista. Deixando claro que o governo bonapartista de Putin oferece apenas uma saída reacionária para a região.

É necessário um movimento para parar a atual escalada belicista e retomar a luta contra o imperialismo americano e europeu.

Esta nota foi traduzida originalmente do La Izquierda Diario.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias