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DEMISSÕES NO VALE DA PARAÍBA | As três maiores cidades do Vale do Paraíba caem no ranking de emprego

quarta-feira 18 de maio de 2016 | Edição do dia

São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, as três maiores cidades da Região Metropolitana do Vale caíram no ranking nacional de geração de emprego elaborado pelo CAGED, do Ministro do Trabalho e do Emprego.

Em março, com saldo de 795 empregos negativos, São José dos Campos ocupava a 355º posição do ranking, 176 a mais do que a colocação de janeiro, quando a cidade ficou com o saldo negativo de 348 postos de trabalho. Já Taubaté fechou março com o saldo negativo de 301º vagas e no 338º lugar do ranking do CAGED, 111 posições acima da colocação em janeiro, quando o município perdeu os mesmos 301 empregos.

Já em Jacareí registra a maior queda entre as três maiores cidades da região. A colocação representa descida de 256 lugares no ranking comparado a fevereiro, quando o município estava na 46º posição, com o saldo positivo de 100 postos de trabalho. Em janeiro, Jacareí ocupava 236º posição, com o saldo negativo de 197 postos de trabalho.

Juntas, São José, Taubaté e Jacareí perderam 3.302 empregos no primeiro trimestre de 2016, numero que representa 60,67% do total de 5.442 postos de trabalho fechados na Região Metropolitana do Vale no mesmo período.

O primeiro emprego sofre uma queda de 23% na região metropolitana do Vale Paraíba

Já o numero de pessoas que conseguiram o primeiro emprego entre janeiro a março caiu 23,38%, na comparação com o mesmo período no ano passado: 5296 contra 6912. Comparando o ano de 2016 com o ano de 2007, o fosso é ainda maior. Naquele ano, de janeiro a março, 8553 jovens conseguiram o primeiro emprego na região, número 38,08 acima dos empregados do primeiro trimestre de 2016.

Em São José dos Campos, o numero de jovens que conseguiram o primeiro emprego nos primeiros 90 dias de 2007 é 44%, superior aos iniciantes do mesmo período deste ano. Comparado ao ano passado, o primeiro emprego caiu 30% em 2016. A cidade de Taubaté foi a menos afetada no Vale do Paraíba, pois são 771 jovens empregados de janeiro a março de 2016 contra 945 em 2015 e 1.154 em 2007.

Já no setor industrial da região

Em 2015, 26 mil trabalhadores foram demitidos na região do Vale do Paraíba e no começo do ano de 2016, o setor industrial já registrou quatro demissões em massa. Em Lorena, a Comil fechou a fabrica de ônibus e mandou 200 pais de família para a rua. A WOW!, de Caçapava, também foi atingida pela a crise e dispensou ao menos 160 trabalhadores. Outros 200 ficaram desempregados após o encerramento das atividades da Maxen, em Atibaia. Na GM de São José dos Campos, conforme denunciamos no site do Esquerda Diário, ocorreu a demissão de 517 funcionários.

A saída para as demissões

Já denunciamos neste artigo (http://www.esquerdadiario.com.br/No-Vale-do-Paraiba-considerado-uma-das-regioes-que-mais-concentra-a-riqueza-do-pais-as-demissoes) escrito para este site no ano passado, afirmamos que as principais cidades do Vale do Paraíba estão entre os 100 municípios no país onde esta concentrada a maioria da riqueza de acordo com o IBGE de 2013. Isso desmascara a afirmação dos grandes empresários que estão demitindo de que estão sem dinheiro por conta da crise econômica.

Sabemos que no primeiro sinal de crise econômica, os patrões pra defender suas imensas fortunas demitem e deixam milhares de pais de famílias na rua da amargura. Quem tem que pagar pela essa crise econômica que o país está vivendo não é os trabalhadores, mas sim os grandes capitalistas que causaram este imenso caos que o Brasil esta vivendo.

No atual momento que o país vive é preciso lutar contra o impeachment reacionário da direita, mas também contra os ataques dos governos. É preciso uma assembleia constituinte livre e soberana imposta pela força da mobilização dos trabalhadores e dos demais setores populares da sociedade, que consiga impor uma lei que proíba as demissões que estão em curso em todo país.

O PSTU que esta na frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, nada está fazendo para impedir que as demissões que esta acontecendo na região. O partido que propagandeia nas suas paginas de que o Brasil precisa de uma greve geral, não foi capaz de articular as lutas que estavam acontecendo na região e também não travou nenhuma batalha contra as demissões que ocorreram na GM.

Frente a paralisia que a CUT e a Força Sindical impõe aos trabalhadores de varias regiões industriais do Brasil, o PSTU que tem peso histórico na região do Vale do Paraíba deveria dar exemplo de como se combate as demissões. Também deveria utilizar do peso sindical que tem a CSP – CONLUTAS e o Sindicato dos Metalúrgicos para exigir que a CUT e a CTB rompam sua subordinação com o governo, e a Força Sindical com a oposição de direita.

Um debate central de como combater as demissões

O golpista Michel Temer já declarou que a população vai ter que fazer sacrifícios no governo pós - impeachment, em outras palavras, os trabalhadores e demais setores populares da sociedade vão sofrer com projetos como ‘’Ponte para o Futuro’’ e outros ataques. Isso significa que a tendência é que as demissões do Vale do Paraíba que já esta em alta, tende aumentar cada vez mais.

Qualquer setor que seja consequente na luta contra as demissões e os ajustes,terá que necessariamente se colocar contra o golpe institucional que está em curso através do impeachment. Infelizmente esta não é a lógica do PSTU. Apesar de dizer timidamente que é contra o impeachment, o eixo para responder a crise política no país é exigir ‘’FORA TODOS e Eleições Gerais’’. Um verdadeiro desserviço para os trabalhadores que enfrentam as demissões no país.

Ainda que o PSTU diga ser contra o impeachment, a principal figura do partido após o festival de horrores que votou o impeachment da Dilma na Câmera dos Deputados soltou uma nota na sua pagina de Facebook comemorando o impeachment e que agora falta sair o restante dos políticos burgueses. Esta posição do PSTU é porque pra este partido, qualquer manifestação independente do seu conteúdo de classe contra o governo pode ser progressista.

Atualmente dizer FORA TODOS, significa dizer FORA DILMA de uma forma envergonhada e FORA DILMA é principal bandeira levantada pela direita nas manifestações que quer impor um golpe institucional país. Portanto dizer FORA TODOS significa fortalecer uma saída que levara a mais demissões no Vale do Paraíba, mas também em todo o Brasil. Totalmente oposto do que o PSTU deveria fazer.

Mesmo que o PSTU reivindique Eleições Gerais, demanda reivindicada por Renan Calheiros, Marina Silva e até o Lula afirmamos que este é a continuidade do erro do seu ‘’FORA TODOS’’. Um governo Michel Temer é um governo ilegítimo, pois não foi eleito pela a população, porém ao reivindicar eleições gerais o PSTU apenas cumpre o papel de ser pata esquerda de um setor que quer legitimar um governo mais ajustador do PT.

É claro que o PT esteve na linha de frente de aplicar os ataques aos trabalhadores no começo da crise, porém a burguesia quer mais do que o PT pode aplicar. Por isso é necessário que o PSTU rompa com a sua política do FORA TODOS e exija da CUT e CTB que rompa a sua paralisia e convoque uma Greve Geral contra o golpe institucional e também os ajustes dos governos e as demissões.




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