Com 52,42% dos votos de 92,69% de urnas apuradas, Jerônimo (PT) venceu ACM Neto (União Brasil) para governador da Bahia.
domingo 30 de outubro de 2022 | Edição do dia
Em um Brasil em que a classe trabalhadora, a juventude, os setores oprimidos e o povo pobre são atacados com o rebaixamento do nível de vida acelerado nos anos de governos federais do golpista de Michel Temer (MDB) e do reacionário da extrema-direita Jair Bolsonaro (PL), o cenário da Bahia também é atravessado por fome, desemprego e inflação. Vimos nos últimos anos o sul do estado, junto ao norte do estado de Minas Gerais e parte de outros estados, ser arrasado pelas enchentes, uma tragédia capitalista, de responsabilidade de Bolsonaro, que cortou 75% das verbas para prevenção de enchentes.
ACM Neto, que era o favorito nas pesquisas, é um dos mandachuvas racistas do estado, marcadamente parte da oligarquia política mais reacionária, hoje parte da fusão da ala também mais reacionária do União Brasil. Quem chamou voto para ACM Neto, que não chegou a declarar voto para a presidência, foi Bolsonaro, afinal compartilham de um projeto asqueroso especialmente em relação às polícias. Deve-se levar em conta que a Polícia Militar da Bahia é uma das mais violentas do país. ACM Neto defendeu durante sua campanha uma declarada "guerra às drogas", construção de presídios de segurança máxima, "policiamento especializado" em regiões rurais, que sabemos que significa assassinar o povo negro, isso no estado cuja capital, Salvador, é a mais negra fora da África.
É nesse cenário que na Bahia e em todo o Brasil das ameaças golpistas de Bolsonaro e sua corja, como Carla Zambelli e Roberto Jefferson, é necessário organizar a luta negra e trabalhadora pela revogação das reformas, por reajuste salarial mensal igual à inflação, pela igualdade salarial entre negros e brancos e pelo fim das operações policiais, dos tribunais militares que garantem a impunidade a policiais e da polícia assassina.
O governador que sai, Rui Costa (PT), mostrou que a conciliação de classes já não era uma resposta, como vimos com a implementação da Reforma da Previdência no estado e o fortalecimento da PM assassina do povo negro, que inclusive reprime o Quilombo Quingoma, o quilombo existente mais antigo do Brasil, em seus anos de governo de 2018 a 2022. Jerônimo, que também defende maior investimento na polícia, além de ser parte do projeto nacional de Lula-Alckmin, que se aliam com a direita, Fiesp, Febraban e o imperialismo estadunidense.
