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Greve nas Federais | Como é estudar na UFF: “A Universidade não pensa nos estudantes que trabalham"

Dezenas de estudantes da História responderam a pesquisa realizada pelo Esquerda Diário e a Faísca sobre o posicionamento de estudantes da UFF sobre a Greve. Foram dezenas de denúncias que chegaram até nós, em sua maioria reforçando a falta de política de assistência, precarização da estrutura física e as dificuldades dos estudantes trabalhadores. Elementos que para nós só reforçam a necessidade de confiar na nossa mobilização, em fortalecer e massificar a greve.

Faísca - UFF@faiscajuventude

terça-feira 16 de abril | Edição do dia

Na ultima quinta feira, os estudantes da UFF votaram pela deflagração da greve estudantil se somando aos técnicos administrativos que já estavam em greve. Viemos defendendo a necessidade de massificação da mobilização com assembleias de curso, como na História. Pensando nisso, nós da Faísca criamos um formulário para que es estudantes possam expressar suas posições em relação à greve, entendendo que faltam espaços democráticos onde possam se colocar as demandas.

Cada trecho abaixo foi enviado por uma pessoa diferente, preservamos os nomes das denúncias para preservar os alunos que responderam a pesquisa.

Dezenas de denúncias chegaram até nós, algumas delas ressaltaram a precariedade da estrutura física da UFF e sua ausência de acessibilidade:

“a precarização dos prédios, principalmente os que comportam as aulas de cursos de humanas, falta de ar condicionado nas salas, banheiros interditados, os que não estão muita das vezes estão sem água”

“A estrutura dos blocos,(em especial os últimos:N/O/P/ICHF),está completamente jogada as traças. Falta acessibilidade para as pessoas,o terreno não é nada preparado para dias de chuva”

“Os elevadores nem sempre funcionam e as vezes não tem o botão funcionando, tem buraco nos tetos de todos os andares e em todos os prédios, o ar condicionado não funciona e os ventiladores são barulhentos, fazendo muitos professores escolherem dar aula no calor, não tem bandejão para apoiar os estudantes e o custo de transporte pra faculdade é alto”

O número limitadíssimo de auxílios foi ressaltado na pesquisa, assim como a falta de vagas na Moradia Estudantil:

“Além da estrutura precarizada dos prédios, a falta dos editais de auxílio ingressante/transporte no início do semestre realmente complica muito. Sem esses auxílios, fica bem mais difícil conseguir ir até a faculdade”

“Assistência estudantil deficitária. Vagas na moradia estudantil insuficientes. Docentes que não são qualificados para exercer seu trabalho pedagógico de maneira que contemple a diversidade de demandas; perfil socioeconômico e pessoas com deficiência do corpo discente. Estrutura da universitária extremamente precária pra PCd’s”

O custo de vida da cidade de Niterói, assim como o limitado trajeto do Busuff:

“Sendo um estudante da UFF - Niterói, digo que Niterói é uma cidade cara de se viver, custo da alimentação, custo de moradia. Além da mobilidade estudantil, tendo um preço de passagens de ônibus cara, Niterói e a UFF não possuem um apoio para a mobilidade estudantil, além do Busuff que só cobre partes "centrais" da cidade, como o Centro e Icaraí”

“Rota do busuff bastante limitada; Falta de bolsas de iniciação científica; Falta de manutenção predial.”

A pesquisa também encontrou uma indignação de como a UFF trata estudantes trabalhadores:

“A UFF infelizmente não pensa nos estudantes que estudam e trabalham. Muitos eventos em horários ruins pra quem trabalha. As decisões da UFF de interromper aulas são sempre em cima da hora, fazendo os estudantes perderem tempo e dinheiro se deslocando à toa”

A ausência do passe livre afeta esses estudantes:

“Número limitado de bolsas, contemplando poucos estudantes, principalmente os de baixa renda; falta de passe universitário; a dificuldade de conciliar a carga de estudos com empregos integrais, ocasionando um tempo maior para a graduação; as condições estruturais da faculdade, principalmente nos banheiros”

Também se expressou a solidariedade com as trabalhadoras terceirizadas, os técnicos em greve:

“No momento atual, o que mais me incomoda é o mau funcionamento de coisas básicas como água, luz e comida, entre outras. Acredito que as aulas deveriam ser suspensas até que o período de greve dos funcionários, essenciais para o funcionamento da UFF, termine. Na semana passada, passamos uma semana inteira sem água adequada, com a tia da limpeza se esforçando ao máximo para manter os banheiros limpos. Acho injusto ter que trabalhar nessas condições, assim como acho inadequado manter as aulas quando não há refeitório disponível para almoçar, entre outras questões. Quero deixar claro que apoio tanto a greve dos funcionários quanto a dos docentes e professores, acredito que uma deva fortalecer a outra”




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