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Eleições Pernambuco | Danilo Cabral um representante da oligarquia e de um PSB em crise

Danilo Cabral é a “aposta” do PSB tentar chegar no 2º turno com Marília Arraes (SD). Na última pesquisa IPEC, ele está com 13% das intenções de voto, empatado tecnicamente com outros candidatos da direita e extrema direita.

Renato ShakurEstudante de ciências sociais da UFPE e doutorando em história da UFF

sábado 1º de outubro de 2022 | 17:32

Foto: Renato Ramos/ JC Comércio

Como desenvolvemos aqui, Danilo de 2016 pra cá junto a seu partido, saiu de uma posição golpista e agora tenta se localizar como o candidato oficial de Lula nas eleições de 2022, a partir de um acordo nacional, que inclui a inclusão do tucano Alckmin na sigla para servir a vice de Lula. Essa localização é chave numa eleição tão polarizada como essa, mas ainda assim Danilo vem encontrando dificuldades para se alçar como um concorrente de Marília num eventual 2º turno.

Isso porque, em primeiro lugar, mesmo que Marília tenha saído do PT e hoje integre um partido com um projeto abertamente de direita, o Solidariedade, é Marília Arraes que vem sendo identificada pelo povo pernambucano como a candidata de Lula, especialmente devido às eleições para prefeitura do Recife em que saiu como candidata pelo PT. Ainda que oapoio a Marília não tenha vindo de forma oficial, Lula deixou o jogo duplo com sua imagem acontecer, podendo se beneficiar de ambas as candidaturas, de Danilo e de Marília, caso ganhem as eleições. Em segundo lugar, Danilo herdou o desgaste dos últimos governos de Paulo Câmara que colocou Pernambuco nos piores índices de saneamento básico, violência policial, fome e desemprego. Sem contar, as fortes chuvas desse ano que deixou milhares de desabrigados, centenas de mortos, culpa da política do PSB e também dos cortes no orçamento do governo Bolsonaro.

A verdade é que as massas trabalhadoras do estado não suportam mais o governo do PSB. A sigla se encontra num momento de crise imporante como desenvolvemos aqui, mas o fato é que toda essa crise é resultado de uma política do PSB que serve aos interesses de empresários e da oligarquia e não dos trabalhdores. Danilo é o representante do setor industrial que ainda aposta, ao menos nesse 1º turno, nesse grande aliado que durante vários anos se mostrou fiel atendendo aos interesses da Fiepe.

Não à toa, Danilo enche a boca para falar do governo Eduardo Campos, alentando a esse empresários, mas também a empreiteiros e à especulação imobiliária que ganhou rios de dinheiro com a especulação e com obras públicas inacabadas, diga-se de passagem, com repasses que vinham do governo federal até 2013. Sem falar, dos capitalistas estrangeiros que lucraram milhões com o pagamento da dívida pública pelos governos do PSB que ao invés de investir em infra-estrutura para acabar com os problemas dos deslizamentos e enchentes, pagaram bilhões de reais por uma dívida contraída durante a ditadura militar.

Danilo e o PSB são representantes da oligarquia Campos que estão a serviço do lucro de empresários regionais e capitalistas estrangeiros e só podem oferecer mais miséria e ataques aos trabalhadores pernambucanos. Marília tão pouco oferece qualquer alternativa para classe trabalhadora, uma oportunista carreirista que saiu do PSB contra a posição golpista deste partido em 2016, e agora integra um partido também golpista ainda mais de direita.

As eleições estaduais são atravessadas pelas eleições presidenciais, que dão o tom político nacional, frente ao cenário de polarização da extrema direita bolsonarista. Enfrentar a extrema direita e derrotar o bolsonarismo, não somente nas urnas, mas na luta de classes é uma tarefa colocada para toda a esquerda, para os trabalhadores e todos os setores oprimidos. Assim como enfrentar e derrubar as contrarreformas e ataques que vêm sendo implementados desde o golpe institucional de 2016. Entretanto, o PT e a chapa Lula-Alckmin, em um aberto projeto de conciliação, já declararam que não irão rever e tocar nas contrarreformas.

A polarização da extrema direita bolsonarista chega em Pernambuco, com candidatos igualmente reacionários como Anderson Ferreira (PL), apoiado por Bolsonaro. Entretanto, como percebemos o projeto de conciliação do PT com PSB, não ter servido para dar qualquer resposta a altura frente às várias manifestações da direita no estado, abrindo espaço para a figura de Marília Arraes.

Frente às candidaturas burguesas e de conciliação que, de diferentes formas, pretendem gerir o capitalismo pernambucano – um dos estados com maior índice de miséria e desemprego do país – nós do MRT e do Esquerda Diário defendemos a necessidade de construir uma força com independência de classe. Por isso, estamos construindo o Polo Socialista Revolucionário e apoiando suas candidaturas. Desde o Polo Socialista e Revolucionário o MRT também tem candidaturas em vários estados do país.




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