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Irracionalidade capitalista | Depois de SP, Rio de Janeiro passa por apagão fruto das privatizações, em meio à onda de calor

Em meio a uma onda de calor, fruto da irracionalidade capitalista que produz as chamas na Amazônia, na Chapada dos Veadeiros e da crise climática mundial, 18 cidades do Rio de Janeiro sofreram um apagão na tarde desta segunda (13). Essa responsabilidade é também do governador Claudio Castro (PL), que relega a população a esse caos e que, assim como Tarcísio, também tem planos privatizadores, como o aprofundamento da privatização da CEDAE.

terça-feira 14 de novembro de 2023 | Edição do dia

De acordo com a Enel, houve uma ocorrência externa à rede da Enel. Segundo O Globo, a Eletrobras informou que houve "desligamento parcial dos setores de 138kV e 345kV da SE Campos". E segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), houve uma interrupção de carga que levou ao desligamento na Subestação Campos e na linha de transmissão Campos - Macaé, que são propriedade da Enel.

Os municípios afetados foram Italva, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, São José de Ubá, Laje do Muriaé, Porciúncula, Aperibé, São Fidélis, Natividade, Varre Sai, Santo Antônio de Pádua, Miracema, Itaocara, Cardoso Moreira, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra e parte de Campos dos Goytacazes. Muitos moradores das cidades atingidas pelo apagão, como Quissamã, Itaperuna e Macaé, denunciaram a falta de energia num dia em que a onda de calor fez aumentar o uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores.

A Enel é a mesma empresa responsável pela distribuição de energia na região metropolitana de São Paulo, em que 2,1 milhões de residências e estabelecimentos ficaram sem luz por dias, na semana passada, após as fortes chuvas. Uma transnacional italiana, que tem como principal ramo a distribuição de energia. A empresa possui serviços em 35 países e tem concessões para distribuição de energia em alguns estados do Brasil: Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo. A compra das ações da Eletropaulo, na maior cidade da América do Sul, fez com que a Enel aumentasse ainda mais sua capacidade de gerar energia e seu lucro dentro do Brasil, se tornando a maior distribuidora do país. O valor pago para comprar as ações foi cerca de R$5.5 bi, e o faturamento da Enel em 2017 foi de 74 bilhões de euros. Ou seja, enquanto a Enel fatura bilhões em euros, trabalhadores, juventude e população amargam mortes, tragédia, falta de luz, água e transporte. Vale lembrar que a primeira entrega de empresa pública de energia à Enel foi em Goiás e foi a primeira privatização realizada pelo golpista Michel Temer, por R$2187 bilhões. No Rio de Janeiro, a energia é privatizada desde 1996, hoje está nas garras da Light e da Enel.

Mas a isso se soma a privatização da Eletrobras. Com a privatização da Eletrobras a empresa poderá ofertar toda a energia gerada no mercado livre. Isso significa, basicamente, que nos próximos anos viveremos um sistemático aumento de tarifas e os apagões tendem a se multiplicar. O que ocorre com a Eletrobras é sua subdivisão em fatias para aumentar a atratividade no mercado das privatizações, concessões e leilões de energia, espaço aberto pelas PPP dos anos de governo de Lula e Dilma. O apagão também é resultado, fruto de seguidos processos de privatização, de falta de investimentos, acarretando em manutenção e ampliação insuficientes.

Veja também: Enel e a farsa das privatizações

Apagão em SP revela a verdade sobre a privatização, e Tarcísio quer fazer o mesmo com Metrô e Sabesp

Por isso é urgente se solidarizar com os metroviários e ferroviários de São Paulo e trabalhadores da Sabesp, para no Rio de Janeiro impedir o aprofundamento de privatizações, como da CEDAE, e batalhar pelas reestatizacões. É necessário batalhar pela reestatização da Enel e da Eletrobrás sob gestão dos trabalhadores e controle dos usuários, porque não são os capitalistas donos da Enel, os acionistas da Eletrobrás, e futuros donos do metrô e da Sabesp que vivem essa precarização e conhecem as necessidades, mas sim quem todo dia bota pra funcionar água, luz e transporte, e a população que utiliza esses direitos.

Os metroviários, junto com os ferroviários, sabespianos, professores estaduais, trabalhadores da Fundação Casa, profissionais da saúde e o Centro Paulo Souza irão paralisar no dia 28 de novembro contra esse gigantesco ataque aos trabalhadores e à população pobre de São Paulo que necessita dos serviços públicos.




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