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Tragédias anunciadas | Desastres ambientais marcam o cenário internacional: o capitalismo destrói o planeta, destruamos o capitalismo!

No Brasil e no mundo as mudanças climáticas têm deixado um rastro de destruição e mortes, resultado da transformação do planeta e dos eventos climáticos extremos que são cada vez mais frequentes consequência da sede de lucro do sistema capitalista. No Rio Grande do Sul já são registradas 47 mortes, 46 desaparecidos e 340 mil pessoas afetadas, de acordo com balanço da Defesa Civil divulgado na noite de segunda. Na Líbia, o furacão Daniel que atingiu o país no último domingo, causou uma enchente devastadora que causou a morte de ao menos 5.300 pessoas e 10 mil desaparecidos. Se o capitalismo destrói o planeta destruamos o capitalismo!

quarta-feira 13 de setembro de 2023 | Edição do dia

A passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul completou uma semana na última segunda-feira. Até o momento foram registradas 47 mortes, 46 desaparecidos e 340 mil pessoas afetadas, de acordo com balanço da Defesa Civil divulgado na noite de segunda. Rajadas de quase 70 km/h derrubaram postes e árvores em Porto Alegre. Municípios do interior estão completamente destruídos, com estradas interditadas, sem acesso a luz, água potável, inúmeros serviços básicos. São chocantes os relatos de pessoas tentando sobreviver agarradas a móveis flutuantes, refugiadas em telhados para não ser arrastadas pela força da enchente.

A tragédia anunciada, longe de ser uma surpresa, como disse o governador do estado Eduardo Leite (PSDB), já havia sido avisada pelo INMET e não foram tomadas as medidas necessárias para salvar as vidas das pessoas. Leite inclusive diminuiu os investimentos em 2023 para prevenção de enchentes e vendeu os serviços estatais a preço de banana para os empresários. Os trágicos efeitos na vida da população poderiam ser minimizados com monitoramento, prevenção e planejamento racionais.

Leia mais em: Desastre capitalista e descaso de Leite: por uma resposta operária à tragédia no RS!

Na Líbia enchentes devastadoras deixaram ao menos 5.300 mortos na cidade portuária de Derna e mais de 10 mil desaparecidos no país, conforme informou o ministro da Aviação Civil Hichem Abu Chkiouat, à agência de notícias Reuters. As enchentes foram resultado da passagem do furacão Daniel no mar mediterrâneo e que atingiu o norte da África com força concentrada na Líbia. No leste, as cidades de Benghazi, Soussa e Al-Marj foram fortemente afetadas. A cidade de Misrata, no oeste, também foi atingida.

Em Derna o rompimento de duas barragens e quatro pontes fez com que a cidade ficasse praticamente submersa. Kasim Al-Qatani, um trabalhador humanitário atuando na cidade de Bayda, disse à rede de notícias BBC que é difícil para as equipes de resgate chegarem a Derna, já que a maioria das vias para a cidade estão bloqueadas "devido aos enormes danos”. Além disso, ele diz que falta água potável na cidade, que sofre também com a falta de suprimentos médicos.

A crise na Líbia ainda se agrava pelo fato de haver uma disputa política que divide o país ao meio desde as mobilizações populares que derrubaram o ditador Muammar Gaddafi e a intervenção imperialista naquele país por parte de Estados Unidos e países da Europa através da OTAN para garantir seus interesses políticos e econômicos em um país que possui grandes reservas de gás e petróleo.

Ainda podemos citar o recente terremoto no Marrocos, que se por um lado não está diretamente ligado as mudanças climáticas por outro evidencia a irracionalidade capitalista ao lidar com os desastres ambientais. Segundo dados divulgados pelo G1, já são 2.901 as mortes relatadas por um novo balanço do Ministério do Interior do país divulgado nesta terça-feira (12). Outras cerca de 5.530 pessoas ficaram feridas, ainda de acordo com o ministério marroquino, e há também centenas de desaparecidos.

A falta de estrutura das habitações para lidar com os tremores, casas que são feitas de barro, pedra e madeira bruta, mostram que a falta de planejamento, pesquisa e estrutura favorecem ainda mais o cenário de destruição e mortes. Não bastasse as condições já colocadas o governo marroquino ainda está avaliando aceitar as ofertas de ajuda internacionais que necessitam de um comunicado oficial pedindo ajuda humanitária, os cálculos políticos estão acima das vidas da população que sofre as consequências da tragédia capitalista.

Qualquer semelhança entre estes desastres e suas consequências não é mera coincidência. O sistema capitalista coloca seus lucros acima das vidas humanas e a consequência são as milhares de mortes pelo mundo que poderiam ser evitadas.

O governo Lula-Alckmin que faz demagogia com o tema ambiental também é o responsável por seguir a política de destruição em nome dos lucros dos empresários e do agronegócio, como quando permite a liberação de agrotóxicos, como fez reivindicando a construção de Belo Monte cuja construção resultou na inundação e destruição de terras indígenas, além das declarações que fez na Cúpula da Amazônia demonstrando sua vontade de explorar petróleo na foz do rio Amazonas.

A crise ambiental também evidencia a crise capitalista mundial. Com recordes de temperatura, a mudança de biomas no mundo inteiro, a questão ambiental se torna cada vez mais urgente. E ela envolve diretamente pensar a relação do homem com a natureza, o “metabolismo” criado pelo sistema capitalista nessa relação é justamente da exploração sem fim com o objetivo do lucro.

Os inimigos do meio ambiente são os mesmos que exploram, oprimem e submetem cotidianamente a classe trabalhadora, as mulheres, negros, LGBT’s e os povos originários em favor do lucro. Apenas esses setores unidos sem nenhuma confiança na burguesia ou em suas instituições, podem levar a frente uma verdadeira revolução na relação do homem com o meio ambiente.




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