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Educação SP | Desclassificação em concurso de professores de Tarcísio e Feder pode gerar demissão em massa

Tarcísio está declarando guerra contra os serviços públicos e os trabalhadores e a população pobre no estado de São Paulo. Atacar a educação é mais um dos pontos fundamentais para seu projeto que carrega todo o legado da extrema direita e seus interesses privatistas. E nós professores não estamos sozinhos nisso, precisamos nos organizar e unificar uma luta pela educação em conjunto com a comunidade escolar e as lutas de outras categorias como Metrô, CPTM e Sabesp.

sexta-feira 27 de outubro de 2023 | Edição do dia

Foto: divulgação

Tarciso de Freitas (Republicanos) e Renato Feder desclassificam injustamente dezenas de milhares de professores do concurso público. São inúmeras desculpas descabidas e mentirosas que em sua grande maioria estão relacionadas a vídeo aula - que já é uma exigência absurda que abre caminho para avaliações subjetivas e preconceituosas - mas também existem inúmeros erros na prova de títulos, provas discursiva e objetiva. São apenas 3 dias para entrar com recursos, cabendo aqui ainda a denúncia de que para os recursos da prova discursiva o sistema fechou antes.

Para começar, o concurso já abarca somente 15 mil vagas para uma categoria com mais de 120 mil professores contratados aguardando há anos a efetivação. Somando a tudo isso, um concurso em que a "primeira fase eliminatória" não oficial foi o professor conseguir chegar até o local de sua prova. Isso porque milhares tiveram que cruzar inúmeros bairros e até cidades para chegar ao seu local de prova. Ainda, muitos foram já desclassificados na banca de heteroidentificação, gerando uma forte indignação de professores em diversas escolas.

Tarcísio tem o projeto de aprofundar o alinhamento da educação com os interesses neoliberais, mas que no seu caminho tem a nossa categoria, todos os trabalhadores da educação e a juventude. Por isso estamos diante de tantos ataques, que aqui cabe incluir também como a ideologia dessa extrema direita tem resultado em ataques violentos nas escolas, que tem levado a vida de educadores e estudantes, e abre espaço para que esse governo reacionário aplique mais repressão dentro das escolas com a polícia e agora seguranças privados. Um governo reacionário que mira principalmente nos negros, nas mulheres, LGBTQIAP+ e nos indígenas.

Hoje estamos diante de mais perseguições e assédios por parte das direções; regras que acabam por "proibir" professores de ficarem doentes; esvaziamento de conteúdo pedagógico com slides com conteúdo errado; ataques à liberdade de cátedra; fechamento de salas e projeto para redução drástica de vagas para o período noturno com o intuito de atingir a juventude trabalhadora e demitir professores; sucateamento das escolas das quais prédios não aguentam nem uma forte chuva; exploração das trabalhadoras terceirizadas que em sua maioria, sozinhas, precisam dar conta da limpeza de uma escola inteira ou da merenda de todos os alunos em um turno; "invasão" no celular de toda a comunidade escolar baixando apps; compras milionárias sem licitação de equipamentos de baixa qualidade; ataque contra livros didáticos físicos nas escolas; falta de estrutura tecnológica onde nem internet tem nas escolas; desvio do INSS dos professores que até agora ninguém sabe onde está tal montante enorme de dinheiro.

Para a próxima atribuição de aulas da categoria O, já sabemos que Tarcísio usará este concurso fake para demitir professores, sendo que já na virada do ano, os professores que ingressaram em 2018, 2019 e 2020 terão seus contratos encerrados. Com tantos erros, recursos e prováveis processos judiciais que possam ser abertos, tudo isso adiaria ainda mais a chamada para a efetivação, sendo esse o objetivo principal de Tarcísio e Feder. Precisamos lutar até o fim pela efetivação de todos os professores contratados e sem necessidade de concurso público!

Para tudo isso, o que temos visto é que Tarcísio tem se apoiado na política e em medidas concretas do governo Lula-Alckmin, que recém incorporou o Republicanos, partido de Tarcísio, em seu ministério; aprovou o Arcabouço Fiscal, e anunciou que Lula lançará o PAC em São Paulo com um acordo para investir R$10 bilhões do BNDES nas obras de privatização de Tarcísio, isso enquanto este promete o mesmo valor de corte na educação.

Veja aqui: Abaixo o corte de mais de 9 bilhões de Tarcísio na Educação!

Como derrotar Tarcísio com essa política de conciliação? A não revogação de todas as reformas, fruto do golpe institucional de 2016, segue abrindo espaço para o fortalecimento da extrema direita contra nós. O NEM, que abriu tanto flanco de protestos pelo escandaloso esvaziamento e desmonte da educação, agora será transformado, mas não no seu seu mais profundo aspecto, que tem como base a produção de uma mão de obra barata para o mercado e uma abertura para as privatizações também na educação. Além disso tudo, ainda temos pela frente as Reformas Administrativas, que serão impostas contra os servidores pelos governos federal, estaduais e municipais.

O único caminho para derrotar Tarcísio é a nossa mobilização, por isso é preciso construirmos desde a base, em cada chão de escola, uma real organização da nossa categoria junto a comunidade escolar. Precisamos colocar de pé um plano de lutas que exista na prática em unidade com as demais categorias que também estão em guerra contra Tarcísio, como os metroviários que tiveram demissões declaradas como meio de desmobilizar a luta.

Juntos, em unidade e com independência de todos os governos, podemos impor uma derrota a essa extrema direita. É pela nossa organização que podemos impor reposições de paralisações e nos proteger de qualquer represália do governo pela via das DEs e direções de escolas. Isso em unidade com outros setores, como os metroviários e os trabalhadores da GM, em que precisamos estar lado a lado contra qualquer demissão e perseguição política de governos e patrões.

A direção majoritária da Apeoesp (principalmente PT, PCdoB, PSOL e PCB) tem atuado para desmobilizar a nossa categoria. Nossa saída não está em esperar mudanças somente pela via de eleições, muito menos na confiança de instituições que sempre estarão ao lado dos interesses dos mais ricos, neoliberais e privatistas, que lucram com a destruição da educação, dos serviços públicos e precarizando a vida de toda nossa classe. Na última greve unificada do dia 3, essa direção, que representa a política de conciliação da Frente Ampla, nos dividiu chamando Assembleia para o dia 20. Medida essa que enfraqueceu a nossa luta e caminhou no sentido oposto da nossa organização. Imaginem a força que teríamos se a nossa categoria tivesse se somado a essa luta do dia 3, o quanto não teríamos popularizado, desde as comunidades escolares, uma forte luta unificada contra Tarcísio.

Por isso, fazemos aqui um grande chamado a nossa categoria e a todos os trabalhadores da educação: para derrotar todos os ataques que viemos sofrendo, é preciso trazer Tarcísio, governos e patrões que nos atacam para o nosso terreno da luta de classes. Precisamos exigir da Apeoesp, mas também de todas as centrais sindicais como CUT e CTB, que unifiquem nossas categorias, para juntos podermos derrotar Tarcísio e a extrema direita, mas também todas as reformas e ataques que hoje estamos pagando com nossas vidas.




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