Segundo dados da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, mais de 9 mil homicídios de crianças não foram solucionados entre 1999 e maio de 2023, o que representa 60% dos casos no estado.
quarta-feira 27 de setembro de 2023 | Edição do dia
Na foto, Ágatha Félix de 8 anos, assassinada pela polícia em 2019
Segundo dados da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, mais de 9 mil homicídios de crianças não foram solucionados entre 1999 e maio de 2023, o que representa 60% dos casos no estado. Esse dado alarmante mostra como os homicídios contra crianças no Rio continuam ocorrendo, tanto pela ação policial como pelo acobertamento do judiciário.
Em 2021, após vários casos de homicídios de crianças e adolescentes, foi promulgada a Lei Ágatha Félix, nomeada em homenagem a uma criança morta em uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Essa lei estabelece que casos de homicídios de crianças devem ser tratados com prioridade. No entanto, mesmo com essa lei, não houve mudança significativa na busca por justiça para essas famílias. Dois anos após sua implementação, os números não mostram uma mudança significativa, o que evidencia ainda mais o caráter racista do judiciário.
Assim como no caso de Ágatha, existem vários casos no Rio de Janeiro em que as crianças estão sofrendo com a violência policial. O atual governador, Cláudio Castro, que fez sua campanha com base no sangue negro derramado nas favelas, continua contribuindo para o assassinato da juventude negra.
É fundamental que, com a força das mães que lutam por justiça para seus filhos, como no 9° Levante Antirracista das Mães de Manguinhos, lutemos contra o judiciário racista que acoberta a polícia que assassina a juventude negra. Além disso, é fundamental lutar pelo fim dos tribunais militares e pela julgamento de crimes policiais por júri popular.
