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USP | Enquanto USP está em greve por falta de professores, Haddad defende iniciativa privada em visita à universidade

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula-Alckmin (governo que possui um ministro do Republicanos, mesmo partido de Tarcísio), em visita à USP, defendeu parcerias público privadas na universidade em meio à forte greve dos estudantes que reivindica mais contratações de professores.

segunda-feira 25 de setembro de 2023 | Edição do dia

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Nesse sábado, dia 23 de setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, autor do ataque neoliberal que é o Arcabouço Fiscal, visitou a USP, que se encontra em meio a uma forte greve estudantil, e defendeu a iniciativa privada em entrevista coletiva. O projeto que o ministro foi conhecer tem como parceiras as empresas Shell Brasil, Raízen, Hytron, Senai Cetiqt e Toyota, gigantes do ramo automotivo e do petróleo. Mesmo sabendo que essas empresas possuem interesses privatistas, Haddad afirmou que veio “assumir o compromissos com a Universidade e levar a proposta à consideração dos órgãos federais e vou defender, com muito entusiasmo, que esse projeto seja apoiado”.

O ministro também afirmou que é possível a construção de uma fábrica de baterias elétricas no Brasil, e que isso pode ser realizado ao mobilizar recursos da Petrobras. Esse plano, ligado à transição energética, é fortemente ligado à iniciativa privada, com empresas como a Shell, que buscam lucrar de todas as formas, ao mesmo tempo interessada em explorar o pré-sal e também com planos de “inovação” como esse projeto dentro da universidade pública.

As parcerias público privadas são uma porta de entrada da iniciativa privada para instituições públicas, e fazem parte de um plano mais amplo de precarização e privatização. A USP, universidade onde o projeto ocorre, se encontra em um momento onde o desmonte sistemático da educação pública atingiu um nível onde a falta de professores ameaça a existência de cursos. Essa situação de precarização levou os estudantes da universidade a se lançarem em uma forte greve contra o projeto burguês para o ensino público. Esse projeto hoje é encabeçado pelo privatista Tarcísio, que busca privatizar o metrô, CPTM e Sabesp, e que tem no governo federal um importante parceiro, que incluiu PPPs do Trem São Paulo - Campinas e do Túnel Santos - Guarujá no Novo PAC, que Lula faz questão de lançar pessoalmente no estado.

Haddad faz coro com o bolsonarista Tarcísio ao defender privatizações em meio a um forte processo de luta. Contra o desmonte da educação os estudantes da USP dão o exemplo: é necessário confiar apenas na força da luta da classe trabalhadora, independente dos governos e das reitorias. As privatizações devem ser enfrentadas em unidade com todos os setores afetados, e com a solidariedade também de outras categorias de trabalhadores e estudantes, por isso é essencial a mobilização pela Greve Geral contra Tarcísio no dia 03/10, uma greve que unifique os trabalhadores em luta da CPTM, do Metrô, da Sabesp e dos estudantes da USP. Essa mobilização mostra o caminho de como se enfrentar com os ataques do governo estadual e também de como derrubar na luta as reformas que o governo Lula-Alckmin não vai revogar.




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