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Violência policial na Bahia | Jerônimo Rodrigues (PT) diz que vai manter ação policial que matou 52 pessoas apenas em setembro

Sob a bandeira da “guerra às drogas”, o acirramento de conflitos entre frações e a escalada da brutalidade policial tem produzido verdadeiras chacinas principalmente nas regiões periféricas das cidades e contra a juventude negra.

quarta-feira 27 de setembro de 2023 | Edição do dia

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou nesta terça-feira (26) que vai manter a “firmeza” das operações policiais que apenas neste mês de setembro deixou 52 pessoas mortas no estado. Sob a bandeira da “guerra às drogas”, o acirramento de conflitos entre frações e a escalada da brutalidade policial tem produzido verdadeiras chacinas principalmente nas regiões periféricas das cidades e contra a juventude negra.

Para defender a manutenção das ações policiais o Jerônimo fez uma declaração em que tenta se livrar da responsabilidade pelos assassinatos das polícias sob o seu mando: "E nós somos firmes, firmes no sentido de realmente barrar o processo. Em momento algum eu determinei que trouxessem corpos, ou de criminosos ou de policiais ou de inocentes. Mas a firmeza nossa é a firmeza de ir lá, fazer operações. A inteligência trabalhou e tem trabalhado com uma capacidade intelectual muito forte".

O governador da Bahia também afirmou estar em parceria com o governo federal de Lula-Alckmin para incrementar a violência policial, o que foi também confirmado pelo ministro da Justiça Flávio Dino (PSB). Três veículos blindados da Polícia Federal foram enviados para Salvador para integrar uma força tarefa com a PM e Polícia Civil, e o governo federal avança na proposta de concessões de presídios à iniciativa privada, aprofundando o encarceramento em massa que já acontece no Brasil junto a arbitrariedade do Judiciário que mantém 35% dos presos sem julgamento.

Os dados sobre a violência policial no governo são estarrecedores. A Bahia é o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019 segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A gestão passada de Rui Costa (PT) na Bahia, hoje ministro da Casa Civil do governo Lula-Alckmin, foi marcada pelo aumento do número de mortes pela polícia, que saltou de 354 para 1.464 em média por ano entre 2015 e 2022, segundo a mesma fonte. Em apenas uma semana deste ano, entre 28 de julho e 6 de agosto, foram 31 mortes pela polícia, e 64 apenas no mês de julho. Agora em setembro, do total de 52 mortes foram 32 pessoas em operações policiais em Salvador, 7 em Porto Seguro, 5 em Crisópolis, 5 em Acajutiba, 2 em Lauro de Freitas e 1 em Dias D’Ávila. O assassinato da líder quilombola Maria Bernardete Pacífico, em Salvador, mobilizou centenas de pessoas em atos por várias capitais do país em agosto deste ano.

A violência policial que também acomete São Paulo com o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o Rio de Janeiro com o reacionário Cláudio Castro (PL), demonstra que a conciliação de classes cada vez mais profunda do PT com a extrema-direita está a serviço da repressão para seguir a administração do Estado capitalista. É preciso organizar uma luta decidida por justiça para todas as vítimas da violência estatal racista e das chacinas policiais, além da legalização das drogas e do fim do encarceramento em massa, sem nenhuma confiança no Judiciário.

Pode te interessar: PT e bolsonarismo de mãos dadas nas chacinas na Bahia, RJ e SP: a repressão como um pilar do Estado capitalista




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